I SÉRIE — NÚMERO 73
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parece muito incomodado quando lembramos esta verdade, mas esta era a política social do Partido Socialista
em 2010 e 2011.
Protestos do PS.
Hoje, Sr.ª Deputada, percebemos que é preciso ir mais longe. A nossa grande prioridade foi sempre o
combate à pobreza dos mais idosos. No entanto, hoje estamos francamente preocupados com a pobreza nos
casais e também com a pobreza infantil, de crianças que têm neste momento os pais desempregados.
Lançámos uma primeira medida, que estamos a começar a executar neste momento e que é muito
importante, uma nova geração de Contratos Locais de Desenvolvimento Social Mais (CLDS+), que visam
exatamente o combate à pobreza infantil e a promoção da empregabilidade e inclusão social feitos numa
lógica de proximidade. Conseguimos identificar 100 territórios ao nível nacional para poder fazer uma
intervenção exatamente dirigida à empregabilidade e também ao combate à pobreza infantil. Neste sentido,
temos de trabalhar com autarquias locais e com instituições que nos garantem efetivamente essa proximidade.
Mas, Sr.ª Deputada, hoje percebemos que é fundamental ter também estímulos ao regresso ao mercado de
trabalho destes mesmos casais ou destas famílias monoparentais. O momento é agora.
Neste sentido, discutindo, como é óbvio, estas matérias com os parceiros sociais, queremos lançar duas
novas medidas. A primeira consiste em majorar os apoios à contratação de casais em que, ao mesmo tempo,
pai e mãe estão no desemprego ou no caso de pais ou mães solteiros. Para nós, é muito importante dar este
estímulo à economia de forma a que, pagando um pouco mais, majorando as prestações que o Estado atribui,
se possa dar uma prioridade a estas contratações. Isto porque, do ponto de vista social, as situações são
diferentes.
Mas também queremos garantir — e este é para nós um ponto muito relevante — que quem está nesta
situação não tem de esperar os três meses do prazo de elegibilidade para se poder candidatar a uma medida
ativa de emprego. Nestes casos, queremos eliminar esse prazo de três meses.
Relativamente à questão colocada pelo Bloco de Esquerda e um pouco também em relação à questão
colocada pelo Partido Comunista Português, mais uma vez, olhando para estas bancadas, percebo que nem o
Bloco de esquerda nem o PCP reconhecem a dificílima situação em que o País estava em maio de 2011.
Protestos do BE e do PCP.
Os senhores ainda não reconheceram que, em maio de 2011, o País estava a poucos dias ou semanas de
entrar numa situação de bancarrota.
Protestos do BE e do PCP.
Não percebendo isso, não percebendo que hoje, para se poder pagar todas as prestações sociais, todos os
salários e pensões do Estado, Portugal depende da ajuda externa dos nossos credores, os senhores referem
um conjunto de matérias que, nesse sentido, não colam com a realidade.
Protestos do BE e do PCP.
Para não fugir à pergunta, Sr.ª Deputada, gostaria de lhe responder claramente que a nova condição de
recursos não tem a ver só com facto de os titulares terem 25 000 € no banco, ao contrário dos 100 000 €,
como acontecia antigamente. Passa também, por exemplo, por valorizar o património automóvel, por valorizar
o património imobiliário, passa por penalizar quem faz falsas declarações, mas passa também, Sr.ª Deputada,
por uma medida muito importante que nunca ouvi o Bloco de Esquerda criticar, que é garantir que esta medida
deixa de ter uma renovação automática.
Hoje, um dos maiores problemas do RSI é exatamente o facto de esta prestação se ter tornado, em muitos
casos, permanente, quando devia ser transitória. O que o Governo fez foi garantir que a renovação
automática, que acontecia antigamente, deixa de acontecer. Todos os anos o Estado tem a obrigação de