8 DE MAIO DE 2014
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O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — … sabem quem foi o «incendiário» e sabem quem foi o «bombeiro» e
não me parece que queiram atacar o «bombeiro»!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Exatamente!
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Srs. Deputados, termino dizendo que, apesar de este debate ser
recorrente, haverá, da nossa parte, toda a disponibilidade para voltar a discutir, porque haverá um dia em que
o Governo, que tem cumprido com sucesso todas as metas, resolverá também este problema, enquanto VV.
Ex.as
ficarão, apenas e só, pela denúncia. É uma posição cómoda, mas não é útil nem para o País, nem para
os portugueses, nem para o setor em concreto.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Inscreveram-se dois Srs. Deputados para pedir esclarecimentos ao
Sr. Deputado Hélder Amaral, que informará a Mesa se quer responder isoladamente ou em conjunto.
Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado João Ramos.
O Sr. João Ramos (PCP) — Sr. Presidente, Sr. Deputado Hélder Amaral, o CDS é o partido da maioria
que mais expetativas criou no setor da restauração, mas também é o partido da maioria que mais o
dececionou. Desde logo, porque quando se começou a falar do problema, alguns dirigentes do CDS vieram a
terreno dizer que não concordavam com o aumento do IVA da restauração. Depois, foi a posição de Pires de
Lima gestor e de Pires de Lima Ministro quando se declara «soldado raso» para resolver o problema da
restauração. Agora, diz-nos o Sr. Deputado que nada vos move contra o setor da restauração.
Sr. Deputado, tem de explicar isto melhor, porque o Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais — que
os senhores conhecem bem! — retirou a certificação a um dos programas de faturação no dia 24 de abril e no
dia 26 de abril a fiscalização foi aos restaurantes, com as televisões atrás, e aplicou coimas nas empresas. E
ainda dizem que há outros programas certificados pelo Governo que, de um momento para o outro, podem
deixar de ter certificação. Se isto não é ter alguma coisa contra o setor da restauração, então o que será?!
O Sr. Abel Baptista (CDS-PP): — Chama-se combate à fraude!
O Sr. João Ramos (PCP) — No âmbito desta expetativa criada pelo CDS, vou referir-lhe um documento de
julho de 2009, que diz que o setor da restauração e bebidas em Portugal é «responsável por mais de 50% do
total das receitas turísticas em Portugal», que o perpetuar da crise económica «tem sublinhado as dificuldades
nas empresas de restauração e bebidas, colocando muitas vezes em risco a saúde financeira destas
empresas» e que a taxa está «cinco pontos percentuais acima da praticada em Espanha (7 por cento) e,
assim, é um dos fortes entraves à competitividade face ao país vizinho, este diferencial tem obrigado ao
encerramento e à deslocalização de muitas empresas no setor.» Nesta altura, em julho de 2009, quando o
CDS dizia isto, propunha a redução da taxa do IVA da restauração de 12% para 5%.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Espantoso!
O Sr. João Ramos (PCP) — Agora, que tem responsabilidades governativas, já são dois os aumentos do
IVA da restauração!
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Muito bem!
O Sr. João Ramos (PCP) — Por isso, Sr. Deputado, precisa de explicar muito bem isto aos portugueses e
aos empresários do setor.
Aplausos do PCP.