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I SÉRIE — NÚMERO 83

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… era o País dos novos aeroportos, era o País das dívidas da saúde, era o País em que se aumentavam

os salários dos funcionários públicos e se diminuíam os impostos para, no momento seguinte, fazer tudo ao

contrário e em dose redobrada, Sr. Primeiro-Ministro. Esse, sim, era o País cor-de-rosa que tínhamos em

Portugal.

Aplausos do PSD e de Deputados do CDS-PP.

Mas foi um País que acabou mal. Infelizmente, as decisões que o partido mais cor-de-rosa de Portugal

tomou deram como desfecho a necessidade de termos de pedir ajuda externa.

Sr. Primeiro-Ministro, voltemos ao fecho do Programa de Assistência Económica e Financeira. O que é que

teria acontecido, hoje, se tivéssemos feito tudo ao contrário, que foi aquilo que proposto pela oposição e

mesmo pelo Partido Socialista, que negociou e subscreveu o Memorando de Entendimento? Onde é que

estaríamos? O que é que diria, desde logo, a oposição? Que o Governo não tinha conseguido, que o Governo

tinha falhado. Não disseram isso hoje, Sr. Primeiro-Ministro. Porquê? Porque cumprimos aquilo que era o

nosso compromisso e cumprimos o calendário que estava previsto.

O que é que diria, hoje, o Partido Socialista se tivéssemos seguido as suas propostas, se não tivéssemos

resistido à demagogia da sua postura política? O que é que diria, hoje, o Partido Socialista se o País não

tivesse tido tanta persistência e se não tivéssemos sido tão exigentes?

Sr. Primeiro-Ministro, de facto, os portugueses foram heróis neste período: resistiram, lutaram contra a

adversidade, mas a verdade é que nunca se deixaram levar pela conversa pessimista e alarmista do Partido

Socialista. Primeiro, era mais tempo e mais dinheiro. Depois, era preciso acabar com a austeridade de um dia

para o outro. Depois, vinha aí uma espiral recessiva; as medidas que estavam a ser adotadas iriam trazer

ainda mais recessão. Repito: há um ano que a nossa economia está, felizmente, a crescer. Depois,

assustaram o País, porque, mesmo neste período de saída do Programa, disseram que iria haver mais cortes

em salários e em pensões e, agora, esta última novidade, a carta de intenções.

A verdade é só uma: a oposição, o Partido Socialista, foi sempre um profeta da desgraça! Mas também é

verdade que foram sempre uma desgraça como profetas.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

Os senhores acusam o Governo — vejam só! —, que apresentou a estratégia orçamental para os próximos

anos a menos de um mês de eleições e que apresentou o programa da reforma do Estado, no qual nunca

quiseram colaborar,…

O Sr. Luís Menezes (PSD): — Muito bem!

O Sr. Luís Montenegro (PSD): — … de ter uma agenda escondida. O Governo?!… O Governo que

apresenta, que diz o que quer, que diz ao que vem, que diz ao País a sua ideia, o seu projeto, que mobiliza os

portugueses com aquilo que é o seu futuro, com o que quer construir no futuro?! Mas os senhores são os

mesmos que não dizem nada sobre o que querem, sobre qual é a estratégia orçamental do Partido Socialista.

Qual é a estratégia orçamental do Partido Socialista? Qual é a despesa pública, em Portugal, que o Partido

Socialista propõe diminuir? Qual é a medida que o Partido Socialista propõe a Portugal para termos um

Serviço Nacional de Saúde mais eficiente? Para termos uma educação mais eficiente? Para termos um

sistema de justiça mais eficiente? Qual é a medida, qual é o projeto? Agora que estamos em campanha

eleitoral — ao menos em campanha eleitoral! — digam quais são as vossas ideias, digam ao que vêm, Srs.

Deputados.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Correr com o Governo!