10 DE MAIO DE 2014
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ter atingido hoje os juros mais baixos da dívida pública, o que revela e é medida da confiança nas nossas
reformas.
Sr. Primeiro-Ministro, gostaria ainda de lembrar, aqui e agora, a irresponsabilidade que nos trouxe aqui, as
medidas que nos trouxeram aqui, as políticas que nos trouxeram aqui, o gasto pelo gasto, a festa pela festa do
anterior Governo do Partido Socialista e que gerou tanto sofrimento. Se uma certeza temos é a de que não há
nenhum português que queira que se repita aquilo que aconteceu há três anos, quando Portugal foi obrigado a
pedir dinheiro emprestado para pagar salários e pensões e a tomar estas medidas.
Por isso, é preciso lembrar que, nesta bancada, sempre acreditámos que Portugal ia ser capaz, ia cumprir
as suas obrigações e ia recuperar a sua autonomia. Mas também nos lembramos bem daqueles que, primeiro,
diziam que Portugal não tinha nenhum problema, quando apenas tinham 300 milhões de euros para face a
despesas correntes do Estado,…
O Sr. João Oliveira (PCP): — Isso são contas de mercearia!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — …depois diziam que Portugal e este Governo não iam conseguir
cumprir o programa; depois diziam que era inevitável um segundo resgate; e depois, mesmo no fim, diziam
que íamos sair com um programa cautelar. Enganaram-se sempre, enganaram-se em tudo, falharam sempre,
sobretudo na crença na capacidade dos portugueses!
Aplausos do CDS-PP e do Deputado do PSD Carlos Abreu Amorim.
Por isso é que hoje estão tão zangados com o País, Sr. Primeiro-Ministro. Por isso é que hoje parecem até
amargurados com os portugueses. Ficaram sem discurso. Por isso, procuram, por puro eleitoralismo e
oportunismo, lançar o medo e a confusão, fingindo até — pasme-se, Sr. Primeiro-Ministro! — desconhecer as
regras, o funcionamento e o calendário interno das organizações com as quais negociaram o programa de
resgate, há três anos.
Não é justificável, não é sequer aceitável que, num momento em que o País conseguiu sair de uma das
situações mais difíceis da sua história, em vez de se sublinhar esse esforço coletivo, se procure fazer
politiquice em relação a algo que está mais do que explicado, que é a necessidade de haver, à semelhança da
que houve nas 11 vezes anteriores, uma carta de conforto que está prevista no âmbito do funcionamento
interno de uma organização.
Os senhores, que, durante 40 anos, chamaram o FMI a Portugal três vezes, deviam saber isto de cor. Só
por puro oportunismo procuram fazer-se disto um caso.
O Sr. António Braga (PS): — Então, e o que é que está na carta?!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Sr. Primeiro-Ministro, devo dizer que agora talvez perceba melhor
aquilo que foi a política deste Governo em matérias como a Administração Pública: a necessidade de a
reformar, a necessidade de valorizar o mérito, mas também de conter a sua despesa.
Estamos em ano de recuperação e parece incomodar tanto certos partidos que, para o ano, haja um
acréscimo de 20%, e mais nos anos subsequentes, se por acaso a economia o assim permitir, nos salários.
Talvez também se perceba melhor a política do Governo em matéria de pensões. No primeiro período de
emergência, a medida foi aumentar as pensões mínimas sociais e rurais de 1 milhão de portugueses que o
anterior Governo tinha congelado. Depois, foi isentar, ainda assim, 86% dos pensionistas, por terem pensões
inferiores a 1000 €, da contribuição que substitui a CES. Depois, e assim que possível, proceder à reposição
dessas mesmas pensões, recuperando o poder de compra desta fatia de portugueses que têm, evidentemente
— nunca o negámos —, sido objeto de medidas difíceis.
Sr. Primeiro-Ministro, numa altura em que voltámos a recuperar a nossa autonomia, a nossa liberdade, é
preciso que tenhamos a responsabilidade de perceber que não podemos viver em permanente estado de
emergência, mas também não podemos viver em permanente estado de irresponsabilidade.
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Muito bem!