31 DE MAIO DE 2014
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A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, Sr. Primeiro-Ministro, Srs. Ministros, Srs. Secretários de Estado, Srs.
Jornalistas, está aberta a sessão.
Eram 10 horas e 4 minutos.
Podem ser abertas as galerias.
Antes de damos início à ordem do dia, que, como sabem, tem como ponto único o debate de uma moção
de censura, que já identificarei, dou a palavra ao Sr. Deputado Secretário, para fazer o favor de dar conta da
entrada de um diploma na Mesa.
Faça, favor, Sr. Deputado.
O Sr. Secretário (Abel Baptista): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados, Sr. Primeiro-Ministro, deu entrada na
Mesa e foi admitida, a proposta de resolução n.º 77/XII (3.ª) — Aprova a Convenção Internacional para
Eliminação de Atos de Terrorismo Nuclear, adotada em Nova Iorque, em 13 de abril de 2015, que baixa à 2.ª
Comissão com conexão com a 1.ª Comissão.
É tudo, Sr.ª Presidente.
A Sr.ª Presidente: — Vamos entrar na ordem do dia.
Peço aos Srs. Deputados o favor de tomarem os vossos lugares para criarmos condições para o debate da
moção de censura n.º 6/XII (3.ª) — Travar a política de exploração e empobrecimento, construir uma política
patriótica e de esquerda (PCP).
Como todos sabem, segundo a moldura deste debate quanto às intervenções, é o PCP quem o inicia e
encerra. À intervenção de abertura do PCP segue-se a intervenção do Governo, tal como no final do debate,
em que a intervenção de encerramento do PCP será também precedida de uma intervenção do Governo.
Como ainda há um certo ruído na Sala, aguardamos para iniciar o debate.
Pausa.
Para produzir a intervenção de abertura, dou a palavra ao Grupo Parlamentar do PCP, autor da iniciativa.
Tem a palavra o Sr. Deputado Jerónimo de Sousa.
O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, Srs. Membros do Governo, Sr.as
e Srs. Deputados: São hoje mais fortes as razões que levaram o PCP a decidir sobre a apresentação de uma
nova moção de censura ao Governo. São hoje mais e mais fortes os motivos para que seja considerada como
a mais necessária e democrática solução para dar uma outra resposta aos graves problemas que o País
enfrenta a dissolução da Assembleia da República e a convocação de eleições antecipadas.
Há muito que a necessidade de travar o caminho de desastre económico e social a que o atual Governo
está a conduzir o País o exigia e justificava. Hoje, o agravamento dos principais problemas, o avolumar dos
dramas e da tragédia social e a perspetiva da sua persistência por longos anos tornou essa necessidade mais
imperiosa.
Há muito que se tornou evidente que o atual Governo está isolado política e socialmente pela luta, pelo
protestos e pela indignação dos trabalhadores e do povo e segue uma política ao arrepio da vontade popular,
num manifesto desprezo pelos seus interesses e pelo País.
Hoje, não só se ampliou esse isolamento como há, no País, um generalizado sentimento de repulsa em
relação a um Governo e a uma política cujo único propósito é o de intensificar o rumo de exploração,
empobrecimento e desastre nacional que tem vindo a ser concretizado.
Há muito que o Governo tinha perdido a sua legitimidade política, pela rutura com os seus compromissos
eleitorais e, particularmente, por uma prática governativa em obstinado e reiterado confronto com a
Constituição da República Portuguesa. Hoje, soma-se a ilegitimidade democrática que resulta da drástica
diminuição da sua base eleitoral, bem patente na profunda derrota que o povo português infligiu à maioria que
suporta o Governo.