31 DE MAIO DE 2014
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O povo resgatará para as suas mãos aquilo que lhe pertence e que este Governo ilegítimo continua a
entregar a bancos e banqueiros, especuladores e acionistas de grandes grupos económicos.
Os trabalhadores e o povo hão de encontrar, com a sua luta, o caminho da política alternativa que,
afirmando os interesses do povo e do País e a decisão soberana do povo português, se baseie em seis
opções fundamentais e indispensáveis:
Primeira, a rejeição dos condicionalismos externos e a renegociação da dívida nos seus montantes, juros,
prazos e condições de pagamento, rejeitando a sua parte ilegítima, com a assunção imediata de uma
moratória negociada ou unilateral e com redução do serviço da dívida para um nível compatível com o
crescimento económico e com a melhoria das condições de vida.
Segunda, a defesa e o aumento da produção nacional, a recuperação para o Estado do sector financeiro e
de outras empresas e sectores estratégicos indispensáveis ao apoio à economia, o aumento do investimento
público e o fomento da procura interna.
Terceira, a valorização efetiva dos salários e pensões e o explícito compromisso de reposição de salários,
rendimentos e direitos roubados, incluindo nas prestações sociais.
Quarta, a opção por uma política orçamental de combate ao despesismo, à despesa sumptuária, baseada
numa componente fiscal de aumento da tributação dos dividendos e lucros do grande capital e de alívio dos
trabalhadores e das pequenas e médias empresas, garantindo as verbas necessárias ao funcionamento eficaz
do Estado e do investimento público.
Quinta, uma política de defesa e de recuperação dos serviços públicos, em particular nas funções sociais
do Estado — saúde, educação e segurança social —, reforçando os seus meios humanos e materiais como
elementos essenciais à concretização dos direitos do povo e ao desenvolvimento do País.
Sexta, a assunção de uma política soberana e a afirmação do primado dos interesses nacionais nas
relações com a União Europeia, diversificando as relações económicas e financeiras e adotando as medidas
que preparem o País face a uma saída do euro, seja por decisão do povo português, seja por
desenvolvimentos da crise da União Europeia.
Os trabalhadores e o povo hão de encontrar, com a sua luta, o caminho desta política patriótica e de
esquerda que projete os valores de Abril no futuro de Portugal, mas para isso é preciso, imediatamente,
derrotar este Governo ilegítimo e convocar eleições antecipadas.
Aplausos do PCP e de Os Verdes.
A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, fica assim concluído o debate da moção de censura n.º 6/XII,
apresentada pelo PCP, que será a primeira votação a que procederemos.
Peço aos serviços que preparem o sistema eletrónico.
Não é necessária a verificação de quórum, porquanto esta votação tem lugar nos termos do n.º 4 do artigo
94.º e do n.º 2 do artigo 223.º do Regimento, que, reflexamente, deixa claro o quórum.
Pausa.
Srs. Deputados, indico também à Câmara que, nos termos do n.º 4 do artigo 93.º do Regimento, hoje irei
exercer o direito de voto.
Entretanto, lembro aos Srs. Deputados que as votações que estão a decorrer na Sala D. Maria prolongar-
se-ão por mais 15 minutos depois de encerrada a nossa sessão para permitir que os Srs. Deputados que
ainda não votaram o possam fazer.
Srs. Deputados, vamos votar a moção de censura n.º 6/XII (3.ª) — Travar a política de exploração e
empobrecimento, construir uma política patriótica e de esquerda (PCP), pedindo aos serviços que façam surgir
no quadro eletrónico o número de votos expressos.
Submetida à votação, foi rejeitada, com 123 votos contra (PSD e CDS-PP) e 89 votos a favor (PS, PCP, BE
e Os Verdes).
Aplausos do PSD e do CDS-PP.