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14 DE JUNHO DE 2014

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aberta, tanta liberdade, quando o que os portugueses sabem é que vão ter mais cortes no futuro e que não

vão receber aquilo que já lhes tiraram? Não muda nada!

Retomo o assunto que debatíamos há pouco: o Banco de Portugal diz que, mesmo com um crescimento de

3,5% — e se alguém aqui me diz que é possível ter um crescimento acima de 3,5% eu direi que é impossível,

porque já este é uma estimativa muito otimista —, nos próximos quatro anos vão ser precisos mais 7000

milhões de euros de austeridade. O Governo não tem estratégia, porque a estratégia que tinha foi chumbada

pelo Tribunal Constitucional…

A Sr.ª Presidente: — Queira terminar, Sr.ª Deputada.

A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Termino, Sr.ª Presidente.

Como dizia, o Governo não tem estratégia, porque a estratégia que tinha foi chumbada pelo Tribunal

Constitucional, mas diz que mantém o compromisso da austeridade, que o Banco de Portugal diz ser

necessário. Mas o que os portugueses precisam de saber para o seu futuro é que medidas são estas, porque

nós sabemos que o compromisso continua lá. Portanto, quais são os cortes que os portugueses vão ficar a

conhecer, se não este mês para o mês que vem ou para o mês a seguir? Porque eles existem, é o Banco de

Portugal que o diz.

Se o compromisso está lá, o Governo deve ser apresentar esses cortes e não ficar neste espaço em

branco, sem qualquer estratégia, porque o Tribunal Constitucional chumbou a estratégia que o Governo tinha

até agora.

Aplausos do BE.

A Sr.ª Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Michael Seufert.

O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as

e Srs. Deputados:

No final deste debate, ficam algumas certezas e uma grande incerteza. Fica a certeza de que, do lado do

Governo, continuamos com a vontade de alcançar o crescimento económico por via da consolidação

orçamental e compreender que esta é condição essencial para o crescimento económico.

A primeira década deste milénio, década perdida, de expansão da despesa pública…

O Sr. Pedro Jesus Marques (PS): — Isso é falso!

O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — … e de expansão do setor Estado, em que divergimos sempre da

União Europeia, não se deve voltar a repetir.

Temos também a certeza do arco da irresponsabilidade, do PCP e do Bloco de Esquerda, que continuam a

defender o «não pagamos», a saída do euro, a desvalorização dos salários, o colapso do poder de compra

como alternativa real a esta política.

A grande incerteza deste debate é que o partido que tem a certeza de que quer ir para o governo e a

certeza que tem de se autodestruir para ir para o governo não apresenta certeza alguma em relação às

políticas orçamentais do País.

Vozes do CDS-PP: — Muito bem!

O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — E essa enorme incerteza do partido que está certo que tem de ir para

o governo para resolver os problemas que ele próprio criou e em que colocou o País é a grande dúvida que

fica no final deste debate. O Partido Socialista optou por não apresentar uma única proposta concreta, uma

única alternativa concreta…

O Sr. Pedro Jesus Marques (PS): — Isso é falso!