27 DE JUNHO DE 2014
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Não podemos deixar também esquecer — e já aqui foi referido — matéria que, no passado, foi alvo de dois
vetos presidenciais e que deve conjugar, de forma plural, as forças políticas neste Parlamento, de modo a
podermos produzir legislação robusta, percetível e que perdure no tempo, como toda a boa legislação deve
perdurar.
Portanto, resta-nos dizer, Sr.as
e Srs. Deputados, que o CDS está disponível para um diálogo abrangente
nesta matéria, que, a nível da Comissão para a Ética, a Cidadania e a Comunicação, por aquilo que pudemos
perceber neste debate, temos todos os meios, as ferramentas e a vontade política para construirmos esta
legislação, para edificarmos um futuro de transparência e de clareza nos meios de comunicação social e para
a grande tarefa, que é também, por esta via, aprofundarmos a qualidade da nossa democracia.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Tem a palavra, para uma segunda intervenção, a Sr.a Deputada Inês
de Medeiros.
A Sr.ª Inês de Medeiros (PS): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: É com satisfação que vejo que houve
uma evolução por parte da maioria e que há, por fim, abertura para se discutir a presente questão em debate.
No entanto, Sr. Deputado André Pardal, se me permite, quero apenas fazer uma pequena correção, que é
a seguinte: nós não estamos a discutir, neste momento, neste projeto, a propriedade dos órgãos mas, sim, o
conhecimento de quem são esses proprietários.
Vozes do PS: — Muito bem!
A Sr.ª Inês de Medeiros (PS): — Não estamos a discutir se o Estado deve ou não ter órgãos de
comunicação social.
Vozes do PS: — Exato!
A Sr.ª Inês de Medeiros (PS): — Essa matéria é objeto de outro projeto legislativo, que já baixou à
respetiva comissão e que se encontra em fase de discussão. Portanto, este é o primeiro aspeto que gostaria
que ficasse claro para que não houvesse aqui confusão de debates.
Por outro lado, quero deixar aqui uma ressalva: espero que este consenso não signifique o início de um
longuíssimo processo, como se estivesse tudo por inventar e tudo por descobrir. Não está! O que propomos
são regras muito claras, que já estão a ser aplicadas, como eu disse, na lei da rádio e da televisão, que já
estão, inclusivamente, em relação às sociedades anónimas, a ser aplicadas pela CMVM (Comissão do
Mercado de Valores Mobiliários) e que são consensualizadas ao nível internacional e europeu.
Termino, relembrando a urgência desta legislação, a urgência para que, de facto, um dos setores que é dos
mais dinâmicos, que representa direitos fundamentais, que é um dos pilares da nossa democracia, como já
todos aqui dissemos, que responde a princípios constitucionais, se possa desenvolver com isenção,
garantindo o pluralismo, a liberdade, a diversidade de opiniões e de credos, do que se quiser.
Mas, Srs. Deputados, isto tem de ser feito rapidamente! Portanto, espero que esta boa vontade não
signifique um adiar da resolução.
Nós temos soluções e estamos, obviamente, abertos à participação e às propostas de alteração que
quiserem apresentar, mas este não pode ser um longo processo! Há urgência na resolução deste problema.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Também para uma segunda intervenção, tem a palavra, a Sr.a
Deputada Cecília Honório.