I SÉRIE — NÚMERO 99
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este conceito, este princípio, curiosamente, o Partido Ecologista «Os Verdes» votou contra e o PSD votou a
favor.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Mário Magalhães (PSD): — Segunda nota: refere o projeto de resolução de Os Verdes que, tendo
em conta o facto de a Década das Nações Unidas da Educação para o Desenvolvimento Sustentável ser de
2005 a 2014, devem agora, em 2014, exortar o Governo a fazer um plano nacional de educação para a
sustentabilidade. Agora, Sr.ª Deputada?! Esta afirmação transmite uma ideia errada: a de que de 2005 a 2014
nada se fez e que agora, à última hora, vamos tratar da educação para a sustentabilidade!
Srs. Deputados, manda a verdade histórica que se esclareça que já existe um grande trabalho realizado e
em concretização durante a última época, em Portugal, sobre esta matéria. Aliás, desde 2005 que tem sido
feita a promoção da educação ambiental para a sustentabilidade nos sistemas de educação pré-escolar e nos
ensinos básico e secundário, que esta matéria faz parte do currículo para a educação e para a cidadania e
existe, ainda, um conjunto de projetos nacionais onde participaram milhares e milhares de alunos, milhares e
milhares de professores.
A terceira nota que deixo é a de que a educação para a sustentabilidade não pode ser vista apenas como
uma política isolada e segmentada, deve ser tratada de uma forma transversal à educação e à aprendizagem,
tendo em conta que ela é transversal e que tem de integrar os três pilares da sustentabilidade: ambiental,
social e económica.
Por isso, parece-me que, nesta fase, no final da Década, do que se trata não é de iniciar um plano mas
fazer um balanço de todas as ações que foram desenvolvidas,…
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Mário Magalhães (PSD): — … fazer uma reflexão e ver o grau de cumprimento e os objetivos
conseguidos de forma a que este ano de 2014 não marque o final da Década mas o início de um novo ciclo,
renovando e potenciando o seu legado para que os seus objetivos e missões continuem a ecoar e a
multiplicar-se.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Morais
Soares.
O Sr. Pedro Morais Soares (CDS-PP): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: O desenvolvimento sustentável
foi colocado na agenda política mundial pela Conferência das Nações Unidas sobre Ambiente e
Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro, em 1992, também designada por Cimeira da Terra.
Às três dimensões — ambiental, social e económica —, que compreendem o desenvolvimento sustentável,
deve acrescentar-se ainda a vertente institucional, que chama a atenção para as questões relativas às formas
de governação das instituições e dos sistemas legislativos nos seus diversos níveis e para o quadro da
participação dos grupos de interesse e da sociedade civil, considerados como parceiros essenciais na
promoção dos objetivos do desenvolvimento sustentável.
Após 12 anos da Cimeira de Joanesburgo, 22 anos decorridos da Conferência do Rio sobre Ambiente e
Desenvolvimento, 42 anos depois da Conferência de Estocolmo sobre o Meio Ambiente Humano e o despertar
da comunidade internacional para os riscos de um desenvolvimento não sustentável, pode referir-se que os
problemas atuais do desenvolvimento, e necessariamente do ambiente, são muitos deles também globais.
É neste contexto que surgiram documentos estruturantes de uma abordagem sustentável ao
desenvolvimento, como a Agenda 21 e a Declaração do Rio, ambas resultantes da Cimeira da Terra, a
Declaração do Milénio, emanada pelas Nações Unidas em setembro de 2000, e a própria Década das Nações
Unidas 2005-2014, que exorta à implementação dos princípios do desenvolvimento sustentável em estratégias
nacionais ou internacionais.