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I SÉRIE — NÚMERO 99

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nacional de educação para a sustentabilidade, que, no fundo, consistiria numa agenda da educação para a

sustentabilidade.

A educação é uma questão extraordinariamente importante — e não estamos a falar apenas de educação

formal, estamos também a falar de educação não formal. É importante para quê? Para criar instrumentos na

sociedade, para se criar motivação na sociedade, para haver bons comportamentos dedicados à

sustentabilidade e também para uma ação participada de toda a sociedade justamente em benefício dessa

sustentabilidade, ou seja, para satisfazer as necessidades das gerações presentes, sem pôr em causa a

possibilidade de as gerações futuras satisfazerem as suas.

Consideramos que esta educação é, talvez, daqueles pontos onde todos têm de ser um bocadinho

educadores e um bocadinho educandos. É por isso que estabelecemos o papel fulcral da participação do

público, de toda a gente, neste processo que gostaríamos de ver iniciado com o programa nacional de

educação para a sustentabilidade.

Aguardarei pelas intervenções dos Srs. Deputados e, obviamente, não estou em crer que haja oposição a

esta proposta de Os Verdes.

O Sr. Presidente (António Filipe): — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Sandra

Pontedeira.

A Sr.ª Sandra Pontedeira (PS): — Sr. Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados: O Partido Socialista acompanha

as preocupações que o Partido Ecologista «Os Verdes» aqui nos traz através deste projeto de recomendação,

no âmbito da educação para a sustentabilidade.

Esta é uma daquelas áreas em que todos nos devemos empenhar no sentido da promoção e adoção de

políticas públicas que concretizem, ao nível da educação formal e não formal, mudanças de atitudes e

comportamentos.

O futuro será inexorável no julgamento das opções que hoje assumirmos.

Como se sabe, está a terminar a Década das Nações Unidas dedicada à Educação para o

Desenvolvimento Sustentável 2005/2014, a que Portugal aderiu, e nós consideramos, nessa linha, que a

educação constitui um direito humano fundamental, um pré-requisito para se atingir o desenvolvimento

sustentável, um instrumento essencial à boa governação, às tomadas de decisão informadas e à promoção da

democracia.

Desta forma, a educação para o desenvolvimento sustentável pode contribuir para que indivíduos, grupos,

comunidades, organizações e países possam formar juízos de valor e fazer escolhas em prol do

desenvolvimento sustentável e pode favorecer uma mudança de mentalidades que torne o mundo mais

seguro, mais saudável, mais próspero e com maior consciencialização e autonomia.

Assim, realçamos o papel que as escolas podem ter neste âmbito, matéria para a qual, em boa verdade,

sempre estiveram disponíveis e empenhadas.

É bem verdade que a sua missão, enquanto projeto educativo que envolva toda a comunidade educativa,

se tornou mais difícil depois das alterações curriculares operadas por este Governo ao desvalorizar e acabar

com áreas disciplinares transversais onde esta matéria poderia ser aprofundada. Os exemplos mais evidentes

são a Formação Cívica e a Área de Projeto. Eram espaços de excelência para ser trabalhada a

sustentabilidade, um dos maiores desafios com que estamos confrontados.

A educação é, por isso, a chave que consideramos necessária e primordial para a mudança de

mentalidades na sociedade para que todos, dos mais jovens aos mais idosos, aprendamos a viver de forma

sustentável.

Toda a sociedade é, por isso, chamada à participação. O caráter transversal da educação para a

sustentabilidade assim o exige e, naturalmente, os poderes públicos devem estar na primeira linha.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente (António Filipe): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Miguel Tiago.