28 DE JUNHO DE 2014
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A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — Quais? Não dizem!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Nesse contexto, é fundamental, e queria, de resto, sublinhá-lo, o
facto de a UGT ter tido, nesta matéria, uma responsabilidade assinalável, que devia ser seguida por outros
parceiros não sociais mas políticos, no sentido de pôr o interesse nacional, do País, acima dos seus interesses
particulares.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Há elogios que são fatais e esse é um deles!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Isso, Srs. Deputados, é absolutamente essencial em qualquer
circunstância, em qualquer momento, mas tanto mais quanto, como vemos, temos outra parte do sindicalismo
e dos partidos políticos que, na ação política, só conhece uma coisa, que é a luta, a luta pela luta. «A luta
continua», como dizem, Sr. Ministro! Ora, isto não conseguiu nem consegue manter um único posto de
trabalho,…
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
… não consegue que nenhuma empresa se mantenha. Isto é o sindicalismo do século XIX, praticado por
gente que quer voltar ao século XIX, o que nós não queremos nem o País precisa!
O Sr. João Oliveira (PCP): — Que ideia! Está à vista!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Do que o País precisa é de um sindicalismo do século XXI, do
sindicalismo dos países que conseguem, através desse mesmo sindicalismo, promover concertação social e
diálogo social. É isto que se pretende! O que se pretende não é cristalizar acordos coletivos de trabalho, o que
se pretende não é fazer com que, pela inação, pelo imobilismo, pelo não pelo não, não haja concertação
coletiva, pois o que é mesmo fundamental é promover essa capacidade.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Os trabalhadores dão-lhe a resposta!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — E os trabalhadores, de resto, na prática, têm demonstrado essa
capacidade, pois, não obstante certas centrais sindicais, as entidades patronais e os trabalhadores têm
conseguido chegar a essa concertação.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Há elogios que são fatais, Sr. Deputado, e esse é um deles!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — De resto, Sr. Ministro, temos um caso, que é o da Autoeuropa, onde
certa central sindical não conseguiu entrar,…
O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — É verdade!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — … e essa mesma Autoeuropa, num momento de crise, aguentou-se,
manteve postos de trabalho, vai criar novos postos de trabalho…
A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — Não sabe do que está a falar! Isso é mentira!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — … e até vai aumentar as retribuições dos próprios trabalhadores.
Ora, isto tem a ver com aquilo que é uma relação do século XXI entre entidade patronal e trabalhadores.
Há quem queira regressar ao marxismo-leninismo, mas quem conheceu a experiência fugiu dele, e fugiu
rapidamente.