26 DE JULHO DE 2014
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A Sr.ª Mónica Ferro (PSD): — Muito bem!
Protestos do PCP.
A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, vamos prosseguir.
Para apresentar o voto n.º 209/XII (3.ª), tem a palavra o Sr. Deputado Sérgio Sousa Pinto, do PS.
O Sr. Sérgio Sousa Pinto (PS): — Sr.ª Presidente, de facto, o que aqui está em causa é a situação na
faixa de Gaza e não outras matérias.
Queria dizer que lastimo intervir para apresentar um voto apenas em representação dos Deputados do meu
partido e do Bloco de Esquerda e não em nome da Comissão dos Negócios Estrangeiros da Assembleia da
República, como era minha intenção.
Não foi possível obter a anuência dos partidos da direita em torno de um voto condenatório pelos
acontecimentos que se vêm desenrolando em Gaza, já posteriormente à última tomada de posição do
Parlamento.
É importante que o País conheça o texto em relação ao qual a direita não quis dar o seu assentimento. O
voto, de condenação pela violência na faixa de Gaza, é do seguinte teor:
«A escalada de violência continua a agravar-se na faixa de Gaza, com um número crescente de vítimas,
sobretudo entre a população civil palestiniana.
A ofensiva terrestre, desencadeada no passado dia 17 de julho pelas forças israelitas, ignorando apelos
vindos de todo o mundo e, em especial, do Secretário-Geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, veio aumentar
o número de mortes — mais de 700 vítimas civis do lado palestiniano —, a destruição de casas e de
infraestruturas básicas e indispensáveis à sobrevivência das populações da faixa de Gaza, originando ainda a
deslocação em massa de milhares de refugiados.
A Assembleia da República, através do presente voto, condena as ações militares em curso, o uso
desproporcionado da força por parte de Israel e apela a um cessar-fogo que preceda o fim definitivo das
hostilidades, na certeza de que, fora de um quadro de diálogo e de cumprimento das relações da ONU sobre a
matéria, não existe solução para o problema israelo-palestiniano.»
A posição da direita neste Parlamento reflete a trágica falência da política externa do Estado português,
cada vez mais distante dos direitos fundamentais e cada vez mais distante do respeito escrupuloso pelo direto
internacional.
É realmente um grande embaraço para Portugal, é uma grande vergonha que sejamos incapazes de nos
pôr de acordo relativamente a um texto básico de condenação sobre as atrocidades que estão a ser cometidas
e condenadas pela comunidade internacional, pela consciência universal e pelo mundo civilizado, devido às
atrocidades que estão a decorrer na faixa de Gaza.
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Helena Pinto, que partilha a
autoria do voto n.º 209/XII.
A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: A situação em Gaza é uma catástrofe
mundial. Os bombardeamentos e a invasão terrestre israelita são um crime contra a humanidade.
Há centenas de mortos, milhares de feridos, milhares de desalojados, infraestruturas básicas destruídas,
milhares de crianças que quando olham o céu só esperam desgraça, milhares de crianças que temem olhar o
céu. Ontem mesmo, foi bombardeada uma escola construída e gerida pelas Nações Unidas. Ontem mesmo,
Sr.as
e Srs. Deputados!
Protestos do PSD e do CDS-PP.
Oiçam bem, Sr.as
e Srs. Deputados, sobretudo Sr.as
e Srs. Deputados das bancadas do PSD e do CDS:
quando os estrangeiros visitam Gaza são recebidos com a mensagem «bem-vindos à terra da resistência,