26 DE JULHO DE 2014
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Aplausos do BE.
A Sr.ª Presidente: — A próxima intervenção é do CDS-PP.
Tem a palavra o Sr. Deputado Michael Seufert.
O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: O voto do Partido Socialista
parte de uma premissa falsa, a de que estão a ser impostos novos cortes no financiamento à ciência.
Sr.ª Presidente, o financiamento executado pela FCT no Sistema Científico e Tecnológico Nacional já não é
tão elevado desde 2010 — voltámos a esses níveis de financiamento.
No entanto, é, evidentemente, necessário olhar para a globalidade das áreas apoiadas: a formação
avançada e o emprego científico; as instituições como os laboratórios associados, os laboratórios do Estado e
as unidades de investigação e desenvolvimento; os projetos de investigação e de desenvolvimento; a
cooperação internacional, as parcerias, as organizações internacionais; e naturalmente, também, a cultura
científica, a Biblioteca online, a RCTS, a Sociedade de Informação — tudo isso num «bolo» global de
execução no ano passado, em 2013, de 423 milhões de euros, com renovação em 2014 para um valor ainda
superior a esse.
É também preciso perceber, Sr.ª Presidente, que o Governo, por exemplo, reorganizou o QREN (Quadro
de Referência Estratégico Nacional), que o Governo do Partido Socialista tinha negociado de forma a que ele
excluísse o Sistema Científico e Tecnológico Nacional. Foi a revogação dessa exclusão que este Governo
obteve, num difícil negociação com a União Europeia, no ano passado. Agora, voltou a dar provas do seu
compromisso com a ciência numa organização, no próximo Quadro Comunitário de Apoio, que garante 1000
milhões de euros para o Sistema Científico.
Perante isto e perante uma avaliação que, como todas as avaliações, deixa alguns satisfeitos e outros
menos satisfeitos, mas que, no total, tem um número de entidades com baixa avaliação, muito próxima
daquela que foi feita em 2008, é evidente que, perante uma avaliação destas, há sempre quem esteja menos
satisfeito. Isso não quer dizer, no entanto, que, no global, o Sistema Científico e Tecnológico Nacional não
esteja hoje bem melhor do que estava nos tempos do Governo do Partido Socialista.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
A Sr.ª Presidente: — A próxima intervenção é do PCP.
Tem a palavra a Sr.ª Deputada Rita Rato.
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados: Depois de ouvirmos aqui as intervenções do
PSD e do CDS, podemos concluir que qualquer semelhança com a realidade é pura ficção.
Ainda esta manhã, aqui, na Comissão de Educação, recebemos um laboratório do Estado, o Laboratório
Nacional de Energia e Geologia, que nos alertou para o perigo do desmantelamento deste importante
instrumento de política pública. Portanto, sabem bem o PSD e o CDS que o que está em curso é uma política
de desmantelamento do Sistema Científico e Tecnológico Nacional.
E não é verdade, Srs. Deputados, que não tenha sido reduzido o financiamento público à investigação.
Entre o Orçamento do Estado de 2011 e o Orçamento do Estado de 2014 foram cortados 82 milhões de euros.
Só no orçamento de bolsas da FCT foram 26 milhões de euros e só no orçamento dos laboratórios do Estado
foram 30 milhões de euros. Como é que impedir o funcionamento dessas instituições significa a sua
valorização?
Os Srs. Deputados sabem que é assim como sabem dos efeitos que isto tem na vida de cada uma destas
unidades e na vida do País. Sabem também bem que houve muitos investigadores que foram forçados a
emigrar para continuar a sobreviver,…
O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!