26 DE JULHO DE 2014
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O Sr. Secretário (Pedro Alves): — Sr.ª Presidente e Srs. Deputados, o voto é do seguinte teor:
«O século XXI tem vindo a caracterizar-se por ser uma época de extremismos e radicalismos, sendo já
numerosos os casos que, infelizmente, marcam estes quase 15 anos, não nos deixando esquecer que para
alguns os fins ainda justificam todos os meios.
O que aconteceu com o voo comercial MH-17, na semana passada, é o mais recente exemplo da barbárie
de quem não respeita o valor da vida humana nem observa qualquer valor ético na sua atuação.
De facto, o abate do Boeing 777 da Malaysia Airlines e a morte de todos os 298 ocupantes é mais um ato
de violência e de horror levado a cabo por grupos extremistas que não respeitam regras nem práticas de
conduta que comummente são aceites por todos nós. O respeito pela vida humana é algo que devemos
defender até às últimas consequências e, como tal, o que se passou nos céus da Ucrânia é totalmente
inaceitável.
A violência internacional indiscriminada contra inocentes nas suas mais variadas facetas e alcances é um
dos piores flagelos do mundo atual e um dos grandes desafios que os Estados e a própria comunidade
internacional têm de enfrentar e encontrar respostas.
Provocar o medo através da morte indiscriminada de inocentes é uma das armas mais poderosas dos
tempos modernos, estando facilmente ao alcance daqueles que o utilizam com total desprezo pelos direitos
humanos e pelas regras do direito internacional.
A comunidade internacional não pode nem deve deixar na impunidade um ato de terror como o que ocorreu
na Ucrânia que levou à morte de quase 300 pessoas, que nada mais fizeram do que entrar num avião
comercial com destino a Kuala Lumpur.
As imagens que nos chegaram não podem deixar-nos indiferentes. É vital que a comunidade internacional
e as autoridades competentes sejam capazes de descobrir toda a verdade sobre o que se passou e punir
aqueles que foram responsáveis pelo abate desta aeronave civil. Todos os envolvidos deverão aceitar, de
acordo com as regras do direito internacional, a realização de um inquérito independente que permita
encontrar a verdade dos factos.
Perante uma tragédia desta dimensão, o Parlamento português não pode deixar de manifestar a sua
profunda indignação por mais este caso de violência contra civis de várias nacionalidades, repudiando
veementemente todas as suas manifestações e condenando todos aqueles que as apoiam.
Assim, a Assembleia da República reunida em Plenário delibera:
a) Endereçar as sentidas condolências às famílias das 298 vítimas deste incidente;
b) Apelar para a realização de um inquérito independente que permita conhecer a verdade sobre o que
aconteceu ao voo MH-17 da Malaysia Airlines para que os culpados de tais atos possam ser trazidos à justiça
de acordo com as regras do direito internacional;
c) Manifestar o seu total repúdio por qualquer forma de agressão ou ato que sejam perpetrados contra
inocentes.»
A Sr.ª Presidente: — Vamos, então, votar o voto n.º 207/XII (3.ª) — De condenação pelo abate do voo MH-
17 (PSD, PS e CDS-PP)
Submetido à votação, foi aprovado, com votos a favor do PSD, do PS, do CDS-PP, do BE e de Os Verdes
e a abstenção do PCP.
Quero indicar à Câmara que deu ainda entrada na Mesa, por acordo de todos os Srs. Deputados, o voto n.º
213/XII (3.ª) — De pesar pelo acidente com o avião da TransAsia Airways (PSD).
Sendo assim, dou a palavra ao Sr. Secretário, Deputado Duarte Pacheco, para fazer o favor de ler o voto.
O Sr. Secretário (Duarte Pacheco): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados, o voto é do seguinte teor:
«Um avião da TransAsia Airways despenhou-se na passada quarta-feira, dia 23, em Taiwan, em
consequência de uma aterragem de emergência, fruto também da passagem do tufão pela ilha que obrigou,
inclusive, ao encerramento de escolas e até mesmo da Bolsa de Valores.