I SÉRIE — NÚMERO 105
10
Há a registar nesta tragédia 48 mortos e 10 feridos, vidas humanas que se lamentam profundamente terem
sido perdidas nesta tragédia.
Tratou-se de um voo doméstico e o desastre ocorreu perto do aeroporto de Magong, na ilha de Penghu,
num voo com 54 passageiros a bordo e quatro tripulantes. Segundo as autoridades da aviação civil de Taiwan,
o voo GE222 abortou uma primeira tentativa para aterrar devido ao mau tempo, tendo-se despenhado de
seguida.
Atualmente existem mais de 800 voos diretos semanalmente entre Taiwan e a China, sendo Taiwan um
hub de transporte aéreo importante na região Este da Ásia. Serve várias dezenas de voos domésticos,
internacionais, representando num total mais de um milhão de voos que transportam mais de 40 milhões de
passageiros de todas as nacionalidades todos os anos.
Infelizmente, o destino deste voo doméstico no passado dia 23 trouxe um marco negro para todos os
passageiros envolvidos, bem assim como para Taiwan, e por isso expressamos o nosso profundo pesar e
consternação, deixando a lembrança e o nosso pesar a todas as vítimas desta tragédia.»
A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, vamos votar.
Submetido à votação, foi aprovado por unanimidade.
Srs. Deputados, na linha destes quatro votos de pesar, peço a todos que guardemos 1 minuto de silêncio.
A Câmara guardou, de pé, 1 minuto de silêncio.
Vamos prosseguir com o voto n.º 205/XII (3.ª) — De protesto contra os novos cortes no financiamento
público na ciência (PS).
Como os Srs. Deputados sabem, foi acordado que para este voto haverá uma intervenção de 2 minutos por
cada grupo parlamentar. Tenho já inscrita, pelo PS, a Sr.ª Deputada Elza Pais, que apresentará o voto.
Faça favor, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Elza Pais (PS): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Este voto de protesto do PS é um voto
contra a morte anunciada e em curso do sistema científico e tecnológico nacional.
É um voto contra a destruição maciça, mas também criativa da ciência, como assim a chegou a designar
Sobrinho Simões.
É um voto contra a sentença de morte de 50% das nossas unidades de investigação, ou seja, de 154
unidades de investigação.
É um voto contra a fuga de cérebros, contra o convite à emigração dos melhores cientistas.
É chocante, é mesmo chocante, verificar que muitos dos 5000 investigadores, agora dispensados, foram
galardoados com distinções nacionais e internacionais. Não servem para fazer investigação no País, mas
servem para projetar o País no estrangeiro.
O Sr. José Magalhães (PS): — Muito bem!
A Sr.ª Elza Pais (PS): — Mas estes cortes não estão isolados, Sr.as
e Srs. Deputados; acrescentam-se aos
cortes das bolsas de pós-doutoramento e de doutoramento, na linha dos 50%; aos cortes nos laboratórios do
Estado; aos cortes nos laboratórios associados; à destruição de competências estratégicas dos nossos
laboratórios do Estado, como recentemente está a acontecer com o LNEC (Laboratório Nacional de
Engenharia Civil), onde são esvaziados das suas missões para o exercício da soberania.
O Sr. Ministro da Educação e Ciência diz que não há desinvestimento. Como é possível? O que faria se
houvesse!…
Mas o absurdo dos absurdos é que contratam um avaliador externo para impor cortes discricionários, uma
entidade que é reconhecida pela comunidade científica como não tendo experiência, não tendo credibilidade,
não tendo reputação e desconhecendo o que avalia. Que saudades que temos das avaliações externas feitas
em 2007: escrupulosas, isentas, rigorosas e que foram aceites pela comunidade científica.