I SÉRIE — NÚMERO 106
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O Sr. Mota Andrade (PS): — Ah!
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Devemos, no Parlamento, aproveitar as oportunidades que estão
abertas para compreendermos as soluções adotadas.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Faça favor de terminar, Sr. Deputado.
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Mas aqueles que discordam das soluções — e têm toda a legitimidade
para o dizer — têm uma responsabilidade perante as pessoas, perante o País: devem tranquilizar o País
dizendo ao País aquilo que fariam melhor, aquilo que fariam diferente, aquilo que poderia salvaguardar o
interesse das portuguesas e dos portugueses.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Protestos do PS e do PCP.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Nuno
Magalhães.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Quando caminhamos
praticamente para o final do debate, importa, a nosso ver, assinalar três notas.
Em primeiro lugar, e para que fique claro, este é um debate necessário, que foi feito atempadamente, um
debate urgente sobre um tema sério, de mais uma adversidade para Portugal, que eu diria que os
portugueses, face ao esforço que fizeram, não mereciam,…
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — É verdade!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — … mas que, mais uma vez, terá de ser esta maioria e este Governo
a resolver, nomeadamente quando os dados macroeconómicos mostram cada vez mais um determinado
caminho consistente, quer na quebra do desemprego, quer, como esperamos e que podemos ficar a saber na
próxima semana, sobre a questão da economia.
Em segundo lugar, como já foi aqui dito, este debate, precisamente por ser sério, exige serenidade e, da
parte do CDS, entendemos que a solução encontrada é a melhor de entre as várias possíveis, é aquela que
protege os depositantes, independentemente do valor, é aquela que protege os contribuintes, ao contrário de
outras situações do passado, é aquela que protege os postos de trabalho, e é aquela que procura garantir a
estabilidade do sistema financeiro, essencial para a economia.
Em terceiro e último lugar, Sr. Presidente, neste debate procurávamos, e esperávamos, que, da parte da
oposição, pudesse haver alternativas, soluções, ideias.
E o que vimos foi o seguinte: da parte do Partido Comunista Português, de facto, há aqui uma alternativa
clara, ou seja, o PCP apresentou uma alternativa clara, nacionalizar a banca, nacionalizar tudo, pagar todos os
prejuízos, pagar todos os desmandos,…
O Sr. João Oliveira (PCP): — Isso são as vossas contribuições!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — … os contribuintes, segundo o Partido Comunista Português,
pagavam tudo, pagavam o tóxico, ajudavam aos desvarios da banca, aos desvarios do GES. Chegámos a ver
o Partido Comunista Português a defender que o Estado protegesse a família Espírito Santo. Está tudo dito, é
o mundo ao contrário, Srs. Deputados!
Protestos do PCP.