I SÉRIE — NÚMERO 110
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português e um estrangeiro eu não tenho dúvidas na escolha, seja socialista, seja social-democrata ou seja
democrata-cristão.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
Mas, como se isso não bastasse, Sr. Deputado, hoje ouvimos outra coisa extraordinária…
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Sr. Deputado, faça favor de terminar.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Termino já, Sr. Presidente.
Como dizia, hoje ouvimos outra coisa extraordinária da parte do Partido Socialista: é que para o Partido
Socialista descongelar pensões mínimas, sociais e rurais de um milhão de portugueses, os mais pobres dos
mais pobres, que ganham pensões entre 220 € e 250 €, que trabalharam uma vida inteira, é um erro político.
Foi isso que aqui foi dito pelo Sr. Deputado João Galamba.
Ora, nós não achamos isso, e ainda bem que não achamos, porque este Governo, não obstante com a
troica, não obstante com o programa que herdámos, negociado pelo Partido Socialista, não obstante as
dificuldades que não escondemos,…
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Faça favor de terminar, Sr. Deputado.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — … descongelámos as pensões que o Partido Socialista congelou.
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Muito bem!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Isso dá a tal dimensão social que o Partido Socialista apregoa, mas
que, pelos vistos, não gosta de praticar.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para uma declaração política, tem a palavra o Sr. Deputado António
Filipe.
O Sr. António Filipe (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: «A primeira semana de implementação da
reforma do mapa judiciário veio confirmar os piores receios quanto à viabilidade da execução deste modelo de
reorganização judiciária no prazo estabelecido na lei que o aprovou.
A indisponibilidade da plataforma informática Citius, a incompletude da migração física dos processos, o
desajustamento das instalações judiciárias, a falta de funcionários de justiça e a visibilidade judiciária,
mediática e política dos tribunais originou um enorme desgaste no sistema passível de causar danos
irreparáveis na confiança que os cidadãos deveriam ter na justiça.»
Não é o PCP quem o afirma. O que acabei de citar é o mais recente comunicado da Associação Sindical
dos Juízes Portugueses acerca do descalabro em que se está a traduzir este início de vigência do novo mapa
judiciário. Este descalabro era mais que previsível.
Quando o PCP suscitou aqui, nesta Assembleia, a apreciação parlamentar do Decreto-Lei n.º 49/2014,
relativo ao mapa judiciário, advertiu para a impossibilidade da entrada em vigor de qualquer reforma em
setembro de 2014 e propôs que a vigência de um novo mapa judiciário, fosse ele qual fosse, só se iniciasse
em setembro de 2015 para que fossem asseguradas as adaptações necessárias ao bom funcionamento dos
tribunais.
A Sr.ª Ministra da Justiça não quis ouvir e a maioria PSD/CDS também não. Não quiseram ouvir os avisos
feitos pelo PCP, pela Ordem dos Advogados, pelos municípios portugueses e pelas populações; não quiseram
saber das preocupações dos magistrados e dos funcionários judiciais.