I SÉRIE — NÚMERO 110
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Mas, para aqueles que estão preocupados com as eleições de 2015,…
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Faça favor de terminar, Sr. Deputado.
O Sr. Luís Menezes (PSD): — … deixamos apenas o seguinte recado (e termino, Sr. Presidente): não
seremos facilitistas, não seremos oportunistas, não seremos eleitoralistas, colocaremos sempre os interesses
do País acima de tudo.
Por maiores que sejam os custos partidários desta opção, será sempre este o nosso rumo de ação, pelos
portugueses e por Portugal.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Sr. Deputado, há quatro Srs. Deputados inscritos para pedidos de
esclarecimento. Peço-lhe que informe a Mesa se pretende responder individualmente ou em conjunto.
Tem a palavra o Sr. Deputado João Galamba.
O Sr. João Galamba (PS): — Sr. Deputado Luís Menezes, é um pouco difícil ouvir o seu discurso e
imaginar um país chamado Portugal do outro lado, porque aquilo que disse, lamento informar, de facto não
tem qualquer relação com o nosso País.
O Sr. Deputado falou do combate à pobreza e regressou à tese da ética social na austeridade… Sr.
Deputado, não sei se tem consciência, mas em Portugal a pobreza aumentou significativamente e todos os
dados que existem de efetiva ética social na austeridade que não penalizou os mais pobres acabam em 2011,
que foi o último ano em que o Partido Socialista esteve no poder. Todos os dados — repito, todos os dados —
sobre a governação desta maioria apontam para uma degradação da pobreza, nomeadamente nos idosos.
O Sr. Deputado vangloriou-se de descongelar as pensões mínimas. É uma política errada, porque a
prioridade do País deve estar no aumento do complemento solidário para idosos, que é a prestação que mais
combate a pobreza dos idosos e que o seu partido e o CDS cortaram. Essa sim, Sr. Deputado, é uma política
que aumenta a pobreza nos idosos, como se vê, aliás, em todos os números conhecidos.
O Sr. Deputado também disse que apanharam o País em cacos, em recessão e que, agora, o País cresce
sustentadamente. Ó Sr. Deputado, a definição de «crescimento sustentado» que me recordo de ouvir deste
Governo é um crescimento que não pode assentar na procura interna, nem no consumo privado, deve
assentar na procura externa líquida. É isto que de há três anos para cá, quer o ex-Ministro das Finanças, quer
o Primeiro-Ministro, quer a atual Ministra das Finanças, têm dito sucessivamente: um crescimento sustentado
é um crescimento através da procura externa líquida.
O que é que temos hoje, Sr. Deputado? Um crescimento muito moderado — como, aliás, disse, e bem —,
mas, segundo a própria definição do Governo, totalmente insustentável, porque não só o contributo para o PIB
da procura externa líquida — ou seja, a diferença entre as importações e as exportações — é negativo, como
o investimento neste Orçamento retificativo foi revisto em baixa, e não foi só um bocadinho, Sr. Deputado, foi
para um terço do que era.
Segundo a UTAO (Unidade Técnica de Apoio Orçamental), até 2018 — repito, Sr. Deputado, até 2018 —, o
investimento líquido na economia portuguesa será negativo. Ou seja, até 2018, o País, por causa das políticas
deste Governo,…
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Faça favor de terminar, Sr. Deputado.
O Sr. João Galamba (PS): — … estará a destruir capacidade produtiva. Portanto, perante isto, torna-se
muito difícil ver como é possível dizer que o País está melhor. Não está melhor nem em termos de pobreza,
nem em termos de coesão social e, seguramente, não está melhor em termos de crescimento e não tem um
crescimento sustentado, Sr. Deputado.
Para terminar, o mais grave de tudo isto é que não só não estamos bem…
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Faça favor de terminar, Sr. Deputado.