18 DE SETEMBRO DE 2014
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Como disse inicialmente, e com isto termino a minha intervenção, porque creio que esta matéria também
não nos merece muito mais discussão, não acompanhamos a lei, mesmo depois desta retificação que a
maioria coloca em cima da mesa, mas percebemos que ela fica mais clara face àquela que foi uma certa
trapalhada legislativa que a maioria levou por diante neste decreto legislativo e também face àquela que foi a
chamada de atenção que o Presidente da República deu à Assembleia, não a todos os Deputados — entenda-
se —, mas aos da maioria, que entenderam levar por diante esta legislação.
Aplausos do BE.
A Sr.ª Presidente: — Ainda para proferir uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Nuno Magalhães.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados: Muito brevemente, gostaria de fazer
algumas precisões e dizer, desde logo, que, ouvindo a oposição, falando uns de «puxões de orelhas», outros
dizendo que «não havia necessidade» e outros falando de «paninhos quentes», só prova que a posição da
maioria é sensata, isto é, fica a meio termo — nem «puxões de orelhas» nem «não havia necessidade».
Há, com certeza, necessidade, porque, Srs. Deputados, desde logo, é preciso ler a mensagem do Sr.
Presidente da República. O Sr. Presidente da República diz que não discorda destas normas, mas sim, como
nós, maioria, discorda de uma eventual e abusiva interpretação, que, no seu entender, poderia ser feita face à
letra da lei.
Que fique claro que — de resto, já o disse no início —, se acontecesse, desde logo estaria a ser uma
interpretação que não corresponderia ao espírito do legislador.
O que é que poderíamos fazer perante esta mensagem, perante esta interpretação do Sr. Presidente da
República? Se, pura e simplesmente, nada fizéssemos, como parece sugerir o Partido Socialista, seríamos
certamente acusados, quiçá pelo mesmo Partido Socialista, de desrespeitar o Sr. Presidente da República. Ou
poderíamos fazer aquilo que fizemos, que foi dar execução a dúvidas que considerámos ponderosas e
legítimas da parte do Sr. Presidente da República, no âmbito de uma cooperação institucional bem salientada,
sublinhada, e creio que desejada por todos, pela Sr.ª Deputada Teresa Leal Coelho.
Portanto, como foi dito, e reconheço, não há aqui nenhum drama; trata-se do funcionamento regular das
instituições. A Assembleia da República aprovou uma lei estruturante, no âmbito de um consenso amplo,
nomeadamente com Partido Socialista; o Sr. Presidente da República concordou genericamente com essa lei,
suscitou a questão de que a ser interpretada de uma determinada forma face à letra da lei seria abusiva, a
maioria concordou com a sua mensagem e apresenta este mesmo projeto de lei para ir de encontro a essa
mensagem.
Repito, pois, que não há nenhum drama. É tão claro, tão transparente, e não opaco, Sr. Deputado António
Filipe, como isto.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, termina aqui o debate do último ponto da ordem do dia.
Srs. Deputados, a nossa próxima reunião terá lugar amanhã, quarta-feira, pelas 15 horas, com a seguinte
ordem do dia: debate de atualidade, requerido pelo PSD, ao abrigo do artigo 72.º do Regimento da Assembleia
da República, sobre a abertura do ano letivo 2014/2015, a que se segue um período de declarações políticas.
Serão ainda apreciados o projeto de resolução n.º 1101/XII (3.ª) — Recomenda ao Governo que avalie o
regime facultativo de IVA de caixa, criado através do Decreto-Lei n.º 71/2013, de 30 de maio, e que promova
medidas que minimizem os problemas de tesouraria das PME, designadamente através de um programa de
pagamento das dívidas em atraso por parte das entidades públicas e da criação de um regime especial de
liquidação do imposto sobre o valor acrescentado (IVA) para as transações em que o Estado figure como
cliente (PS) e o projeto de lei n.º 648/XII (4.ª) — Combate o trabalho forçado e outras formas de exploração
laboral (BE).
Srs. Deputados, está encerrada a sessão.
Eram 17 horas e 26 minutos.