4 DE OUTUBRO DE 2014
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Declarações de voto enviadas à Mesa, para publicação
Relativas ao voto n.º 218/XII (4.ª):
O Grupo Parlamentar do PSD absteve-se na votação, por entender não haver qualquer lugar a pronúncia
acerca de uma não iniciativa, a que acresce não fazer qualquer sentido uma posição por parte do Parlamento
português sobre matéria que diz respeito ao Estado espanhol.
O Parlamento não pode pronunciar-se sobre discussões políticas que respeitam a um Estado terceiro e
estaríamos a ingerir-nos institucionalmente na política interna desse Estado.
A inviabilização da iniciativa apresentada através do voto negativo significaria, em nosso entender, uma
pronúncia quanto à matéria em causa que, entendemos, não esteve presente no voto deste Grupo
Parlamentar.
Os Deputados do PSD, António Rodrigues — Mónica Ferro.
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Seguindo a orientação de voto do Grupo Parlamentar do PSD, abstivemo-nos em relação ao voto
referenciado em epígrafe pelas razões agora aduzidas, fizemo-lo com a maior reserva:
— O voto de congratulação é inconsequente;
— Na matéria a que se refere, tem valido, no Grupo Parlamentar do PSD, a liberdade de voto.
Os Deputados do PSD, Carlos Costa Neves — Carlos São Martinho.
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Relativa ao projeto de lei n.º 559/XII (3.ª):
Relativamente ao projeto de lei n.º 559/XII (3.ª) — Estabelece o número mínimo e máximo de alunos por
turma, o PCP absteve-se na sua votação.
Este sentido de voto deve-se ao facto de reconhecermos limitações consideráveis na iniciativa do PS,
designadamente no que se refere a atender a situação específica dos alunos com necessidades especiais,
ficando muito aquém do que o PCP considera importante aprofundar e definir, na matéria do número de alunos
por turma em todos os ciclos de ensino.
O projeto de lei do PS não prevê a redução do número de alunos por turma, no pré-escolar e nos 1.º, 2.º e
3.º ciclos do ensino básico, quando existem crianças com necessidades especiais. À luz do que o PCP
considera ser uma escola pública, gratuita, de qualidade e inclusiva e que deve, necessariamente, ser em
todos os graus de ensino, não podemos concordar com esta lacuna e ausência de proposta.
O PCP entende que a melhoria do processo ensino-aprendizagem assenta também na existência de
condições objetivas do professor em acompanhar, próxima e atempadamente, o processo de aprendizagem
específico de cada aluno.
O PCP entende que cabe à escola adaptar-se à diversidade dos seus alunos, o que impõe uma reforma
radical da escola em termos de currículo, avaliação, pedagogia, meios humanos, turmas reduzidas, formação
de professores, constituição de equipas multidisciplinares, adequação dos edifícios e equipamentos, ação
social escolar efetiva, gestão democrática da vida escolar e mentalidades abertas à inovação e à mudança.
Os tempos que vivemos de degradação da escola pública, de negação da igualdade de oportunidades e do
agravamento das desigualdades, representam simultaneamente a degradação do próprio regime democrático.
O PCP entende ser urgente romper com este caminho de retrocesso civilizacional e exigir que o Estado
cumpra a sua obrigação de assegurar todas as condições materiais e humanas necessárias ao bom