1 DE NOVEMBRO DE 2014
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Sr. Ministro, pergunto de forma muito simples: quem financia a tarifa social? É ou não verdade que há uma
componente do setor electroprodutor nacional? Foi ou não este Governo que conseguiu alterar as regras da
cogeração, criando, assim, condições para haja uma redução das rendas nesse fator de produção? É ou não
verdade que foi este Governo que reduziu o défice tarifário, o qual foi criado por um Governo do Partido
Socialista, que seria um «poço sem fundo» e que levaria a aumentos de tarifários completamente inaceitáveis?
É ou não verdade que foi este Governo que, pela primeira vez, em vez de criar rendas, reduziu rendas ao
setor electroprodutor? E não foi coisa pouca, porque me lembro que só os CIEG (Custos de Interesse
Económico Geral), que representavam praticamente 50% da fatura energética da eletricidade que qualquer
cidadão pagava, eram para pagar a tal boa política verde do anterior Governo!
O que é que este Governo fez? Consegue eficiência energética, consegue reduzir o défice tarifário e
consegue uma racionalidade nas rendas que vai direitinha às tais empresas monopolistas e ao grande capital
de que o Partido Comunista e o Bloco de Esquerda tanto gostam de falar.
Portanto, gostaria que o Sr. Ministro deixasse claro que, de facto, este Governo e esta maioria têm apoiado
medidas racionais.
Sr. Ministro, se a garantia de potência constituir mais uma renda, não queremos! Mas se a garantia de
potência for para garantir uma maior incorporação de energias renováveis, uma retaguarda para que haja, de
facto, serviço com qualidade e com segurança no setor energético, então ela faz sentido. Mas ela tem de ser
ponderada para ser incorporada nas energias renováveis.
Pergunto ao Sr. Ministro se mantemos ou não as metas, se vamos mais longe nas metas e o que é que já
representa hoje para a economia nacional, em termos de criação de emprego e de PIB, a incorporação das
energias renováveis, nomeadamente hídrica e eólica, para sabermos se estamos a fazer bem ou não.
Já agora, para que não restem dívidas, e porque tanto criticámos o MOBI.E — mais uma ideia mirífica do
Governo anterior, que era a de pôr postos de carregamentos pelo País fora sem que houvesse carros
elétricos! —, pergunto se a nossa perspetiva do MOBI.E é ou não, mais uma vez, mais racional, mais amiga
do ambiente, mais amiga da economia e mais amiga das famílias. É que, de outra forma, teríamos, hoje,
carregadores pelo País que mais não davam para carregar torradeiras ou corta-relvas, porque não havia
carros elétricos.
Gostaria que o Sr. Ministro referisse, de forma clara, quais os custos da tal política energética do anterior
Governo e os custos de hoje e que se pronunciasse sobre a criação de uma tarifa social, que vai ampliar em
muito a ajuda às famílias. dizendo quem a paga, para que não fique a ideia de que estamos outra vez a criar
défice e políticas que não são sustentáveis.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
A Sr.ª Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Ministro do Ambiente, Ordenamento do Território
e Energia.
O Sr. Ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia: — Sr.ª Presidente, vou deixar a
questão colocada…, ou, melhor, um lamentável processo de intenção desenvolvido pela Sr.ª Deputada
Heloísa Apolónia para a parte final das minhas respostas, porque não deixarei de passar em claro essa
intervenção lamentável a todos os títulos.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Não sei se vale a pena!
O Sr. Ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia: — Começo por sublinhar que este é
um dia importante não só porque estamos a promover o crescimento verde — espero que seja possível
alcançarmos um compromisso para valorizarmos os nossos talentos, os nossos recursos e as nossas
infraestruturas —, mas também porque os dados que acabam de ser conhecidos sobre o desemprego
demonstram que, mais uma vez, este foi reduzido em 0,3%, atingindo o valor de 3,6% de desemprego. Este é
um facto extraordinário que vem, uma vez mais, demonstrar a justeza das reformas estruturais, de uma
estratégia de responsabilidade orçamental e de reformas orientadas para o crescimento e para o emprego.