I SÉRIE — NÚMERO 19
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Foi ou não justo aumentar os impostos sobre os rendimentos de capital e decidir contribuições
extraordinárias sobre setores como a banca, a energia e a indústria farmacêutica?
Todas estas medidas fazem parte da mudança, todas estas medidas são vistas com desdém pelos
derrotistas e pelos cúmplices do passado. O importante na sensibilidade social não é apregoá-la, é praticá-la.
Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados, a mudança está a transformar o País, está a recuperar o País, está
firme e está coesa. E a oposição? E os derrotistas e os cúmplices do passado? Como estão esses? A
esquerda mais radical está longe. Está longe das soluções, está longe da Europa, está longe da
responsabilidade, está longe deste modelo económico, está longe deste tempo.
E o PS? Onde está o Partido Socialista? Em primeiro lugar, está muito perto da esquerda radical.
Desespera por eleições desde que saiu do Governo, sonha com o regresso ao poder, acha, aliás, com
indisfarçável arrogância, que nem precisa de propostas. O seu novo líder, António Costa, esconde-se e
esconde as suas soluções, mas está contra tudo. O Partido Socialista é, hoje, a expressão máxima do
derrotismo e da cumplicidade com o passado.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. João Galamba (PS): — Isso é tudo mentira!
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Mas, a partir de hoje, isso é oficial, desde que ouvimos aqui o líder
parlamentar do Partido Socialista. O PS assumiu, como prioridade política, reabilitar José Sócrates. Esta é a
primeira grande ideia mobilizadora do PS de António Costa.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Protestos do PS.
Mas ficámos a saber mais, também pelo voz avisada e responsável politicamente do líder parlamentar do
Partido Socialista. Quando o País estava em dificuldade, quando o País não tinha, de facto, dinheiro para
poder, no mês seguinte, pagar salários, pagar pensões, ter os hospitais abertos, ter as polícias na rua, ter os
tribunais a funcionar, o Eng.º Sócrates e os seus apoiantes que agora aqui se manifestam estavam
preocupados consigo próprios. Pensavam em si próprios e não no País! Foi isso que aqui hoje foi assumido!
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Protestos do PS.
Esta memória histórica é importante, porque vai ser muito pedagógica para a apreciação que os
portugueses vão fazer dos projetos para os próximos anos.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Não perdem pela demora!
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Srs. Deputados, a verdade é que a liderança mudou, mas a política
continuou.
José Sócrates governou como se não houvesse futuro, António José Seguro fez oposição como se não
houvesse passado e António Costa quer comprometer o futuro com as políticas do passado.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Meu caro amigo e colega Deputado Telmo Correia, se é verdade — porque eu não ouvi — que o Dr.
António Costa afirmou ontem que era um líder em transição, tendo em conta o que hoje aqui ouvimos, de