I SÉRIE — NÚMERO 29
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Quando analisamos a situação do ponto de vista da criação da riqueza, do ponto de vista da criação de
emprego, do ponto de vista da criação de condições para que o País seja atrativo para os nossos jovens e
para os investidores estrangeiros, verificamos que houve também uma evolução positiva ao longo dos últimos
anos, muito por força da ação deste Governo.
Sei que estamos a crescer pouco — é o que os senhores vão dizer —, mas há 14 anos que não
crescíamos mais do que a média europeia.
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Muito bem!
O Sr. Secretário de Estado do Desporto e Juventude: — Esta é a realidade!
O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — Ora bem!
O Sr. Secretário de Estado do Desporto e Juventude: — Ouvimos, tantas vezes, os Srs. Deputados da
oposição dizerem que «a solução é o crescimento», «a solução é o crescimento». Mas isso não se faz por
decreto, porque esses vossos decretos é que fizeram que, em 2011, tomássemos posse de um País em
recessão!… Esta é a realidade! Foram todos esses decretos e essas soluções que fizeram que, durante 14
anos ou, se quiserem, durante 11 anos do vosso Governo, não crescêssemos acima da média europeia. Esta
é a realidade!
Por isso, quando olhamos para estes sinais, que não são a solução para tudo, mas que são muito
animadores, verificamos que o desemprego está a cair sistematicamente, que a economia real, hoje em dia,
cria mais empregos do que criava — não o anunciámos, mas já criámos 280 000 novos postos de trabalho,
novos empregos —, que, hoje em dia, felizmente para o País, é maior o número de empresas que se criam do
que aquelas que se fecham, invertendo a tendência que existia em 2011 quando tomámos posse, verificamos
que a economia, finalmente, depois de tantos anos, começa a crescer. Penso que estes são sinais que nos
animam e que, sobretudo, nos dão o alento para trabalhar mais, porque só desta forma conseguimos
responder a muitas das questões que aqui foram levantadas.
Queria dizer ainda que muita da responsabilidade por esta recuperação da economia e pela criação de
emprego se deve também ao reposicionamento de uma parte significativa dos nossos jovens.
Independentemente de um problema burocrático que pode existir ou não — não consigo identificar —, sei, sim,
que temos milhares de novos jovens agricultores que, de um momento para o outro, decidiram, e bem, investir
naquilo que a terra produz, o que é extremamente positivo.
Por isso, Sr.as
e Srs. Deputados, o caminho não é fácil, mas objetivamente, olhando para estes indicadores,
a tendência que herdámos em 2011 está claramente invertida.
Foi-me colocada uma questão relativa à matéria do reconhecimento das competências formais. É um
caminho que temos vindo a trilhar com os parceiros da juventude, com o Conselho Nacional de Juventude
(CNJ) e com a Federação Nacional das Associações Juvenis (FNAJ), porque eles consideram, e eu concordo,
que é importante começarmos a concretizar algumas recomendações internacionais no sentido de criarmos
este reconhecimento e, sobretudo, de criarmos no nosso catálogo de profissões a profissão de técnico de
juventude, de youth worker, em todas as suas dimensões. É isso que estamos a fazer num grupo de trabalho
interno, com membros do Governo, das Secretarias de Estado da Juventude, do Emprego e da Educação, e
com os parceiros CNJ e FNAJ.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Prosseguindo com os pedidos de esclarecimento, tem agora a
palavra a Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia.
A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Sr.ª Presidente, Sr. Secretário de Estado, ainda há pouco, o
senhor estava muito melindrado, porque achava que o Governo devia falar depois dos grupos parlamentares,
uma vez que precisa de conhecer qual é a sua posição. Lamento, Sr. Secretário de Estado, mas, tal como