12 DE DEZEMBRO DE 2014
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Vozes do PSD: — É verdade!
O Sr. Bruno Coimbra (PSD): — Foi esta maioria que meteu na agenda a solidariedade intergeracional,
entre tantas outras questões relativas à juventude e fundamentais para os jovens portugueses.
E ainda bem que esta visão do Secretário de Estado é diferente da que tem a oposição, porque tem feito
uma gestão muito próxima do movimento associativo e existem muitos e bons programas a demonstrar,
precisamente, isso, nomeadamente o Erasmus + e o Juventude em Ação, importantíssimos na criação de
oportunidades e na mobilidade jovem, e que defendemos no nosso projeto de resolução.
Pedia alguns esclarecimentos ao Sr. Secretário de Estado, nomeadamente em relação à evolução deste
programa e ao número de candidaturas. Já aqui falou da questão da abrangência territorial que, em termos de
participantes, tem aumentado a participação dos jovens, que têm poucas oportunidades, e mesmo em
comparação com os números do anterior quadro comunitário de apoio e os montantes envolvidos.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Para responder, tem a palavra o Sr. Secretário de Estado do
Desporto e Juventude.
O Sr. Secretário de Estado do Desporto e Juventude: — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados,
agradeço as questões que me colocaram.
Sejamos claros: da parte do Governo, ninguém faz fitas, Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia. Já nos
conhecemos há muito tempo e penso que esse tipo de jogos e de linguagem parlamentares não colhem.
Sejamos também claros e francos uns com os outros: não se trata de abrir ou de fechar portas, trata-se,
sobretudo, de se ter encontrado um País em pré-falência, um País com um conjunto de obrigações fortíssimas
e um com jugo fortíssimo em cima, do qual este Governo não foi responsável e com o que teve de saber lidar.
Aplausos do PSD.
É que a grande dificuldade, Sr.as
e Srs. Deputados, era, de facto, saber lidar com isto. E não nos
esqueçamos daquilo que fomos ouvindo ao longo dos tempos: «Vai haver um segundo resgate»; «os vossos
orçamentos não são capazes, não são exequíveis»; «vai haver um segundo resgate». Depois, já não havia
segundo resgate e começámos a ouvir: «O Orçamento não é exequível»; «tem de haver um programa de
assistência»; «tem de haver ajuda complementar», e nada disto aconteceu. Portugal teve a saída mais limpa
dos países europeus que estiveram sob assistência financeira internacional, o que é fantástico.
Quem vos ouvisse durante os últimos três anos estaria convencido de que os resgates sucessivos que se
fizeram na Grécia não foram feitos na Grécia, mas cá; e que os programas cautelares não existiram nos outros
países mas cá. Mas não foi assim.
Digo isto, Sr.as
e Srs. Deputados, não por uma questão de vaidade ou de otimismo exagerado, porque
ninguém me ouviu dizer que todo o Portugal e toda a sua juventude tinha tudo e que estava tudo bem. Não, eu
comecei por reconhecer que temos pela frente desafios muito difíceis e por vos dizer que, felizmente para
todos, para o nosso País, a curva do desemprego começou a diminuir consistentemente há mais 20 meses —
acho que é um sinal interessante —, mantendo níveis que nos preocupam. Penso que, com esta frase, fica
bem claro que não há nenhum otimismo deste lado, que não há nenhuma vontade de fazer festa, dá-nos é
ânimo e alimento para continuarmos a trabalhar mais.
E quando digo que, apesar de termos recebido um País em recessão técnica, ou um País com défice
excessivo, ou um País que não crescia há muitos anos e que divergia da União Europeia, agora há sinais, que
temos já há alguns semestres, de que a economia está a crescer e que até crescemos acima da média
europeia. E por pouco que seja o crescimento e a diferença entre nós e a União Europeia, não é motivo para
se dizer que está tudo resolvido. Não, é motivo para dizer que o caminho está correto e que temos de nos
empenhar ainda mais para potenciar estes desafios, porque só assim, Sr.as
e Srs. Deputados, é que nós