12 DE DEZEMBRO DE 2014
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ideia, para além dos animadores de juventude, que possam, efetivamente, desbloquear uma situação grave
em que nos encontramos.
Se olharmos para o passado também nos perguntam: «Não fazem o balanço do que fizeram no
passado?». Mas enfim, posso dar-lhe aqui três notas particularmente significativas e relevantes sobre o que o
Partido Socialista fez nesta área e que pode, com orgulho, trazer a este debate, não desvalorizando os
programas que o Governo lançou, mas os programas que o Governo recauchutou e rebatizou e que já
existiam no terreno desde 2005, como o INOV Jovem, o INOV Contacto, o INOV Arte e o INOV Social, que
durante muito tempo foram pontos de partida para criação de locais de trabalho e de experiência profissional.
Se olharmos para o investimento nas qualificações — e acabámos de ouvir a Sr.ª Deputada falar nas
grandes oportunidades que agora se abrem —, perguntamos: agora, que cortamos nas universidades? Agora,
que cortamos nas bolsas de investigação científica? Se temos um aumento nos nossos dados de
qualificações, eles devem-se ao trabalho realizado nos anos, que melhoraram os indicadores em todos os
observatórios da OCDE e em todos os relatórios PISA apresentados.
Aplausos do PS.
E já agora, que falamos também de empregabilidade, recordemos que a alteração legislativa que
determinou que passem a ser proibidos os estágios não remunerados foi aprovada pelo Partido Socialista e
entrou em vigor num governo do Partido Socialista.
Aplausos do PS.
Mas também nos falou desta Legislatura e, quanto a ela, também lhe daria algumas notas.
Disseram os Srs. Deputados do PSD: «Onde é que andou o Partido Socialista durante esta Legislatura,
ausente do debate, sem propostas, sem qualquer iniciativa?»
Ora bem, habitação jovem — uma resolução na 1.ª sessão legislativa; pequenos-almoços escolares e
programa da fruta escolar — ambos chumbados pela maioria; um programa para repor os espaços escolares
— chumbado pela maioria; um programa relativo aos manuais escolares — chumbado pela maioria; a
proposta do ano sabático — aí sim, aprovaram-na; programas relativos ao combate à obesidade infantil —
também aprovado pela maioria, é certo, mas que estiveram em debate neste mesmo Parlamento; sucessivas
propostas e resoluções relativas à ação social escolar no ensino superior. Portanto, tanto por onde pegar!
Tantos aspetos em que poderíamos ter um debate substancial. Poderiam explicar-nos por que é que
discordaram, por que é que votaram contra, por que é que tinham opinião contrária. Mas não, passámos o
debate inteiro a fazer a revisitação do passado, que é a única coisa que o PSD, que não tem visão para o
futuro, consegue entregar num debate parlamentar sobre a juventude.
Aplausos do PS.
Protestos do PSD.
Finalmente, duas notas quanto à garantia para a juventude.
O Sr. Secretário de Estado, há bocadinho, dava nota de que não se poderia avançar porque estava tudo
em preparação. O que a resolução que aqui foi chumbada pela maioria, dizia era claro: em primeiro lugar, um
compromisso com a garantia para a juventude; em segundo lugar, calendarizar com os parceiros sociais o
debate; em terceiro lugar, promover, junto da União Europeia, a discussão sobre a introdução desta mesma
medida e, finalmente, uma dimensão de género nesta abordagem.
O que é que isto significa? O que é que procurámos dizer? Apenas que poderíamos ter começado o
trabalho de casa mais cedo.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Pode concluir, Sr. Deputado?
O Sr. Pedro Delgado Alves (PS): — Termino, Sr.ª Presidente.