I SÉRIE — NÚMERO 34
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É do conhecimento de todos que as condições de circulação na estrada nacional n.º 14 são bastante
deficientes, com reduzida fluidez de tráfego e congestionamentos frequentes.
É também do conhecimento de todos que são muitas as empresas que têm na atual EN14 o seu principal
eixo distribuidor de trânsito para acesso aos portos de mar, ao aeroporto e à rede transeuropeia de
autoestradas.
E é do conhecimento de todos que a EN14 serve três concelhos fortemente exportadores, na ordem dos 4
milhões de euros por ano.
Mas, Sr.as
e Srs. Deputados, é igualmente do conhecimento de todos que estamos perante uma
necessidade há muito identificada, que constou sucessivamente e por longos anos do PIDDAC (Programa de
Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração Central), sem que qualquer Governo, em
condições económico-financeiras bem mais favoráveis, a executasse.
Importa deixar aqui bem claro que os Governos do Partido Socialista tiveram todas as oportunidades para a
sua concretização, alavancadas inclusivamente em fundos comunitários específicos para o efeito. Mas, Sr.as
e
Srs. Deputados, não foi essa a opção política seguida pelo Partido Socialista, que só agora acorda para o
problema.
Foram construídas estradas e autoestradas, hoje pouco utilizadas, algumas delas sobrepostas e
responsáveis pelo acréscimo do endividamento, sem que daí resultassem benefícios para o País.
Em contrapartida, deixou de se investir em infraestruturas rodoviárias que fossem reprodutivas para o País,
que facilitassem o processo exportador e que reduzissem os tempos entre as empresas e os seus clientes,
tornando-as mais competitivas — e, lamentavelmente, a EN14, uma das vias mais importantes e com mais
tráfego do norte do País, é disso exemplo.
Mas, mais do que isso, o eixo Maia-Trofa-Famalicão é o principal polo exportador e, acima de tudo, o
principal polo transformador do País. Chamo especial atenção para este facto: é o principal polo
transformador, o que exige vias de acesso rodoviário que não obstaculizem a produtividade e a
competitividade destas nossas empresas.
Chegados a este ponto, é manifestamente evidente que a construção de uma infraestrutura rodoviária
alternativa e complementar à EN14 tem de ser vista como uma prioridade nacional.
Sr.as
e Srs. Deputados: Tomando por base este referencial, o Grupo Parlamentar do PSD apresentou um
projeto de resolução que, na sua essência, defende uma solução infraestrutural concertada com todos os
autarcas, ajustada à realidade económica do País e que atenda ao financiamento externo disponível, mas que
seja capaz de resolver definitivamente este grave problema rodoviário que tanto tem penalizado a região norte
de Portugal.
Temos consciência de que as gravosas condições económico-financeiras que o País enfrenta e com que o
Governo se confronta implicam que sejam encontradas soluções que, mesmo reduzindo os custos do projeto
inicial combinando diferentes possibilidades técnicas, tornem viável uma alternativa, igualmente eficiente e
realista.
Estamos certos, Sr.as
e Srs. Deputados, que o Governo não deixará de acolher esta preocupação e de
resolver, de uma vez por todas, algo que já devia e podia ter sido resolvido há alguns anos, a bem do País.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para apresentar o projeto de resolução n.º 1193/XII (4.ª), do BE,
tem a palavra a Sr.ª Deputada Helena Pinto.
A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: O Bloco de Esquerda apresenta este
projeto de resolução porque considera que a questão da construção da variante à EN14, entre Maia, Trofa e
Vila Nova de Famalicão, é, de facto, uma urgência e deveria ser levada em consideração pelo Governo a curto
prazo.
Ouvindo a Sr.ª Deputada que me antecedeu, prevejo que essa conclusão deverá ser iniciada, pelo menos,
ainda este ano. De facto, é o que posso deduzir das suas últimas palavras, ao dizer que já deveria ter sido
construída há muito tempo, pelo que vai agora ser feita.