31 DE JANEIRO DE 2015
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taxa alta — sejamos claros — e deve ser a prioridade das prioridades deste Governo, nomeadamente no que
toca ao desemprego jovem, mas aquela que o PS nos deixou não andava muito longe desta e com
investimento público e injeção artificial na economia portuguesa. É bom recordar isto! Mais do que isto, Sr.
Primeiro-Ministro, é bom recordar ainda, como, de resto, o Sr. Primeiro-Ministro fez, que o INE veio também
corrigir os dados de outubro e novembro, dizendo que, afinal, não eram 13,6% e 13,9%, mas, sim, 13,5%, ou
seja, que o desemprego não aumentou, estabilizou e, agora, de facto, diminuiu.
Por isso, Sr. Primeiro-Ministro, não deixa de ser curioso o seguinte: quando o INE referiu um eventual
aumento do desemprego, que não se veio a confirmar, sabe quantas declarações políticas os partidos da
oposição fizeram aqui, Sr. Primeiro-Ministro?! Sete! Sete declarações políticas, em três semanas, sobre esta
matéria, dizendo que a economia não estava a crescer, que a política do Governo estava a falhar e que o
desemprego estava, recuperando uma velha tese, a aumentar de forma galopante.
Pois bem, Sr. Primeiro-Ministro, o INE retificou a sua posição e os seus erros; a oposição, hoje, não teve
uma palavra para retificar os seus erros e aquilo que disse, de resto, de forma incorreta.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
É caso para dizer, Sr. Primeiro-Ministro, que quando o País recupera a oposição desespera, não sabe bem
o que fazer, porque tinha uma determinada narrativa e, do ponto de vista discursivo, fica literalmente sem nada
a dizer.
Mas, Sr. Primeiro-Ministro, o INE, ontem, também falou de outros dados que importa aqui referir, que são o
índice de confiança dos consumidores e dos empresários. E passo a referir, Sr. Primeiro-Ministro, aquilo que o
INE diz: «A confiança dos consumidores voltou a melhorar em janeiro, no melhor resultado desde maio de
2002, numa acentuada tendência ascendente observada desde o início de 2013.» Isto é referido pelo INE, Sr.
Primeiro-Ministro! Lá está, mais uma vez, quando o País recupera, a oposição continua a desesperar, sem ter
qualquer tipo de discurso.
Talvez os números de ontem — descida do desemprego, aumento do índice de confiança dos
consumidores e também dos empresários — expliquem os três «números» de televisão que a oposição
procurou fazer, um em relação à Comissão de Inquérito ao BES, outro em relação aos vistos gold e outro com
o regresso da inefável Dr.ª Ana Gomes.
Pois bem, nós, perante esta politiquice, preferimos o debate político,…
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — … e o debate político centra-se em factos. E os factos são estes:
ontem, há 24 horas, soubemos que o desemprego desceu, a confiança dos consumidores aumentou, a
confiança dos empresários aumentou — é bom para o País, porque recupera, é mau para a oposição, porque
desespera, Sr. Primeiro-Ministro.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
E esse desespero, essa desorientação, Sr. Primeiro-Ministro, parece ter-se acentuado desde domingo.
Desde domingo, do PS ao Bloco de Esquerda, temos tido uma espécie de corrida ao título de «eu sou o mais
Syriza». Parece que, agora, todos querem dizer «eu sou Syriza».
Pois bem, Sr. Primeiro-Ministro, quero dizer-lhe que, da nossa parte, somos portugueses, estamos em
Portugal, num debate no Parlamento português e é de Portugal que queremos falar.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
Mas, porque não fugimos ao debate político com números de politiquice, Sr. Primeiro-Ministro, gostaria que
aqueles que falaram da Grécia, e foram todos da oposição — do PS, do PCP, de Os Verdes e do Bloco de
Esquerda —, tivessem comentado as declarações do Ministro das Finanças grego, que disse que seria bom