6 DE FEVEREIRO DE 2015
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Vozes do PSD: — Ora aí está!
O Sr. João Prata (PSD): — É que foi apresentada numa altura em que estávamos com a troica, que o
Partido Socialista trouxe para Portugal e, nesse caso, tínhamos metas a cumprir, e foram cumpridas.
Mais, na saúde — como a Sr.ª Deputada sabe, e muito bem, e os números não enganam —, há duas
situações que devem ser registadas. Primeiro, nunca houve orçamento para a saúde tão grande como com
este Governo, quer nesta Legislatura, quer nas anteriores. Em segundo lugar, a Sr.ª Deputada sabe tão bem
quanto nós que, como ontem aqui ouviu, graças à política do medicamento, nem todas as farmácias fecharam,
como foi antecipado por toda a oposição e, acima de tudo, os mais necessitados tiveram acesso a
medicamentos mais baratos.
Já agora, Sr.ª Presidente, se me concede mais 3 segundos, diria o seguinte: saiu hoje uma notícia num
jornal, a cuja leitura vou proceder. Peço desculpa, porque este assunto toca, de facto, o coração das pessoas,
mas não devemos usurpar o direito à emoção e à sensibilidade de cada um e aproveitá-lo para o debate
político neste Parlamento, em relação ao medicamento para a hepatite C.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. João Prata (PSD): — Diz essa notícia de jornal o seguinte: «Também os familiares dos doentes
apontam agora o dedo à farmacêutica e acusam a empresa de estar a assistir de camarote, enquanto morrem
pessoas, não baixando o preço do medicamento. Têm um lucro de 5000% sobre o medicamento e estão a
deixar morrer pessoas», diz o cidadão, defendendo que os doentes, as associações e os médicos devem unir-
se para combater a farmacêutica porque vão morrer mais pessoas.
Sabe quem é que está aqui ao lado da farmacêutica? É exatamente a esquerda toda, não é o Governo de
Portugal, que esse está a defender os doentes.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Protestos do PS, do PCP, do BE e de Os Verdes.
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Sr.ª Presidente, peço a palavra.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Para que efeito, Sr. Deputado?
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Sr.ª Presidente, num momento como este, pediria para defender a
honra da bancada, porque insinuar que uma bancada, qualquer que seja, num tema como este, está a
defender o interesse das farmacêuticas, é gravíssimo.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Sr. Deputado, poderá fazê-lo mal acabemos este debate.
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Não, Sr.ª Presidente, a defesa da honra da bancada, como sabe, é
feita de imediato. Mas não o vou fazer, porque esta provocação não merece resposta.
A Sr.ª Helena Pinto (BE): — É uma vergonha!
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — A Sr.ª Deputada Sónia Fertuzinhos também pediu a palavra. Para
que efeito, Sr.ª Deputada?
A Sr.ª Sónia Fertuzinhos (PS): — Sr.ª Presidente, é para, nos mesmos termos que o Sr. Deputado Pedro
Filipe Soares utilizou, dizer exatamente a mesma coisa.
De facto, na política, não pode valer tudo, Sr. Deputado João Prata.