6 DE FEVEREIRO DE 2015
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Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: É público que o Ministério da Educação tem dedicado uma
particular atenção à educação especial,…
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Onde?!
A Sr.ª Margarida Almeida (PSD): — … tal como esta Casa, a Assembleia da República, tem tido especial
empenho no acompanhamento e diligências respeitantes aos alunos com necessidades educativas especiais,
famílias e parceiros que estão ao serviço da educação e desenvolvimento das crianças com necessidades
especiais.
Face ao exposto, defendemos que é necessária a simplificação da legislação em vigor, harmonizando o
quadro normativo regulador da educação especial, incluindo a revisão da Portaria n.º 275-A/2012.
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Em que sentido?!
A Sr.ª Margarida Almeida (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Os Grupos Parlamentares do
PSD e do CDS-PP apresentam hoje um projeto de resolução recomendando ao Governo que proceda à
revisão da referida Portaria, de modo a garantir a flexibilidade necessária relativamente às adaptações dos
percursos escolares, no ensino secundário, dos alunos com necessidades educativas especiais.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Também para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Inês
Teotónio Pereira.
A Sr.ª Inês Teotónio Pereira (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados: Começo por cumprimentar a
Plataforma-Associações de Pais pela Inclusão e todos os subscritores desta petição, que foram, várias vezes,
ouvidos tanto pelo grupo de trabalho do Governo quanto pelo Conselho Nacional de Educação,
especificamente sobre esta matéria e sobre outras.
Este projeto de resolução que apresentamos vem no seguimento da petição subscrita pela Plataforma-
Associações de Pais pela Inclusão e recomendamos ao Governo que altere a Portaria que estabelece os
procedimentos do sistema educativo para responder ao alargamento da escolaridade obrigatória dos alunos
com necessidades educativas especiais.
Este diploma tem três anos e estes três anos foram suficientes para se constatar que está desajustado
quer da realidade das escolas, quer das necessidades das famílias.
Não só o grupo de trabalho nomeado pelo Governo chegou a esta mesma conclusão, como também o CNE
se pronunciou no mesmo sentido, em resposta a uma deliberação da Assembleia da República da iniciativa da
maioria. Ou seja, é consensual que esta Portaria não só não é adequada, como também não é cumprida,
deixando, por isso, um vazio legislativo, na prática, no que diz respeito aos alunos com necessidades
educativas especiais que frequentam o ensino secundário, que ficam, assim, desprotegidos.
Ora, não servindo, é do nosso entender que deve ser alterada e, consequentemente, revogada.
Há dois princípios neste diploma que, no nosso entender, não servem os interesses destes alunos: o
primeiro tem a ver com o facto de ignorar as famílias no processo de definição do percurso escolar dos seus
filhos e o segundo prende-se com a falta de flexibilidade. Esta falta de flexibilidade tem como resultado a
desresponsabilização da escola na liderança do processo e da inclusão do aluno, reduz o leque de alternativas
curriculares e vocacionais e cria um fosso entre o mercado de trabalho e a oferta educativa para estes alunos.
Sr.as
e Srs. Deputados: Nos últimos anos, a população estudantil com necessidades educativas especiais
aumentou de forma acentuada devido ao alargamento da escolaridade obrigatória e também a uma maior
sensibilização da comunidade educativa, dos professores, dos profissionais de saúde e das famílias para
sinalizarem estes alunos. E ainda bem que assim foi.
O resultado deste aumento é que temos hoje uma grande diversidade de alunos nas escolas, com vários
tipos de necessidades educativas, temporárias e permanentes, com maior ou menor autonomia e com
diferentes níveis de exigência na preparação para o mercado de trabalho. Para responder a este aumento e às