I SÉRIE — NÚMERO 46
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Contudo, gostaria de dizer que mais recentemente houve um papel muito importante de desenvolvimento
hidroagrícola e hidroelétrico que foi feito, em boa medida, pelo Eng.º Manuel Rafael Amaro da Costa, pai de
Adelino Amaro da Costa. Foi um competentíssimo e ilustre engenheiro que teve um papel muito importante, na
segunda metade do século passado, no fomento hidroagrícola e hidroelétrico na Madeira.
O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — Bem lembrado!
O Sr. Rui Barreto (CDS-PP): — No projeto de resolução, é mencionado que a apresentação da
candidatura das levadas da Madeira a património da humanidade foi feita em 1994 e que incorporou três
levadas. Queria dizer à Sr.ª Deputada que a presente candidatura não pode ser «das levadas», mas, sim, «de
levadas», porque algumas não mantêm autenticidade e nós temos de procurar essa característica e voltar a
caracterizá-las. Esta candidatura obriga a muitas exigências e deve merecer todo o nosso empenho na sua
caracterização, na sua autenticidade, nos critérios, para que a possamos levar avante. Apadrinhamo-la e
consideramo-la muito válida.
A quem ainda não foi à Madeira ou a quem já foi mas não visitou as levadas, recomendo que o faça,
porque, com certeza, ficará guardado na memória para o resto da vida.
Aplausos do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado António Filipe.
O Sr. António Filipe (PCP): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados: Queria, em nome da bancada do PCP,
felicitar o Partido Ecologista «Os Verdes» pela apresentação desta iniciativa que nos parece que tem inteira
pertinência.
Quer a Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia quer os Srs. Deputados que intervieram e que são originários da
Região Autónoma da Madeira já nos deram aqui testemunhos eloquentes acerca da importância das levadas
enquanto elemento fundamental do património cultural e natural da Região Autónoma da Madeira.
Portanto, as vossas intervenções são o testemunho eloquente da pertinência da candidatura apresentada à
UNESCO há muitos anos e da pertinência de dar um novo impulso, de haver um maior empenhamento, para
que esse processo se possa concluir. Aliás, o único aspeto que podemos estranhar é, de facto, a inércia do
Governo Regional da Madeira ao longo de todos estes anos. Tendo a candidatura sido apresentada
inicialmente em 1994 ou quando se falou disso e se começou a trabalhar com esse objetivo, é de estranhar
que, ao fim de todos estes anos, o processo não esteja mais avançado. Daí a especial pertinência que esta
iniciativa tem.
Em nosso entender, faz, pois, todo o sentido que a Assembleia da República adote esta posição para que
isso sirva de incentivo para que o Governo Regional da Madeira que venha a sair das eleições que se vão
realizar no próximo dia 29 de março tome, nas suas mãos, de uma forma decisiva, os trabalhos com vista ao
avanço desta candidatura à UNESCO a fim de que as levadas da Madeira possam vir a ser consideradas,
mais cedo do que tarde, património da humanidade.
Ganharia a Região Autónoma da Madeira e ganharia o conjunto da comunidade nacional se, entre o
riquíssimo património nacional que, felizmente, já está classificado pela UNESCO, pudéssemos acrescentar a
essa lista as levadas da Madeira.
Teria toda a pertinência, todos ganharíamos muito e, mais do que isso, esta grandiosa obra que os nossos
compatriotas madeirenses têm vindo a realizar ao longo dos séculos merece um justíssimo reconhecimento
não apenas da comunidade nacional, mas também universal, e isso seria reconhecido através desta iniciativa,
tendo ela cabimento na UNESCO, o que será possível caso haja o necessário empenhamento por parte de
todos — dos órgãos de Governo próprio da Região Autónoma da Madeira e dos órgãos de soberania da
República.
Devíamos todos trabalhar com esse objetivo e, entusiasticamente, damos o nosso voto favorável a este
projeto do Partido Ecologista «Os Verdes».
Aplausos do PCP.