13 DE FEVEREIRO DE 2015
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Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Mas fizemos mais: salvaguardámos idosos — e um conjunto muito expressivo de outros portugueses, que
perfazem cinco milhões e meio de pessoas no total — do pagamento de quaisquer taxas moderadoras e
criámos as tarifas sociais de transporte e de energia, tendo sido estas últimas reforçadas já em 2015 para que
possam abranger cerca de um milhão e meio de portugueses.
E conseguimos, em sede de concertação social, um aumento no salário mínimo — e estava inscrito pela
mão do Partido Socialista, no Memorando de Entendimento, que não podia ser feito durante o período de
ajustamento — de mais 280 € anuais para cerca de meio milhão de portugueses.
Para responder às dificuldades, lançámos medidas inovadoras, como a majoração do subsídio de
desemprego para casais desempregados com filhos a cargo, o banco de medicamentos — que já permitiu a
doação de cerca de 2 milhões de euros de embalagens —, o mercado social de arrendamento — que já
superou largamente a nossa expectativa inicial e que tem hoje cerca de 3500 imóveis em carteira — e uma
rede de cantinas sociais que garantiu sempre refeições àqueles que estão em situação de maior dificuldade.
Sr.as
e Srs. Deputados, a resposta à pobreza faz-se, sobretudo, de uma responsabilidade do Estado que,
nesse sentido, tem de tomar medidas para ajudar efetivamente as pessoas. A grande fatia da
responsabilidade está, sim, no Estado social e na sua capacidade de responder.
A maior ameaça ao nosso Estado social é pôr Portugal à beira da bancarrota. Resgatar o Estado, resgatar
a nossa autonomia é garantir a dimensão social que o Estado tem sempre de ter.
Os dados do INE causam a todos preocupação, mas também é verdade que destacam o papel que as
prestações sociais têm tido na redução da pobreza e dão nota de que temos, hoje, um Estado social mais forte
no combate à pobreza, nomeadamente com o efeito da redução da pobreza nos mais idosos face a 2011, para
o qual o aumento das pensões mínimas teve um contributo inequívoco.
O impacto das transferências sociais, que não as pensões, na redução do risco de pobreza em 2014, foi
maior do que o registado em 2011: cerca de 4 pontos percentuais a mais do que em 2011.
E temos um Estado social mais forte também porque não está sozinho. Assumiu uma parceria sem
precedentes com o setor da economia social e os resultados são sentidos por todos aqueles que dela hoje
podem desfrutar.
Sr.as
e Srs. Deputados, o desemprego, tal como a pobreza, não é uma estatística. É um problema real que
afeta milhares de portugueses. Ignorar isto é não perceber os dados mais recentes sobre a pobreza.
Em 2013, o desemprego, face ao resgate em que nos colocaram, face à crise que vivemos, atingiu o seu
ponto mais elevado.
Felizmente, a tendência de subida do desemprego foi invertida. Os dados da pobreza são relativos ao ano
de 2013 em que o desemprego chegou a atingir valores mensais de quase 18%. Hoje, de acordo com os
últimos dados do INE, é de 13,4%.
É ainda elevado, mas Portugal está, felizmente, a recuperar na economia e no emprego, o que significa
menos 234 000 portugueses no desemprego do que em janeiro de 2013. São menos 234 000 pessoas
expostas ao empobrecimento resultante do desemprego do que no período que o INE agora analisa.
Os dados do desemprego afetaram também os nossos jovens e para os quais, hoje, já temos uma resposta
importante: o programa Garantia Jovem abrangeu, até ao momento, 218 000 jovens que antes não tinham
uma resposta específica por parte do Estado.
E agora, que recuperámos a nossa liberdade e a nossa soberania, queremos consolidar o crescimento sem
nunca esquecer os que menos têm. Temos de continuar a trabalhar para podermos ter mais inclusão social e
para isso é vital o próximo quadro comunitário de apoio, Portugal 2020.
Nesse quadro, teremos destinados 2000 milhões de euros diretamente ao combate à pobreza, à exclusão
social e à criação de emprego, num programa operacional específico para esta área, o que nunca antes havia
sido estrategicamente criado.
A este propósito, permitam-me que vos destaque uma das medidas que esperamos que possa vir a ter
mais expressão no combate à pobreza: os contratos locais de desenvolvimento social. São contratos firmados
entre o Estado e as autarquias locais e instituições sociais com projetos focados nas realidades locais e que,
operando no terreno, combatem a pobreza, em especial a infantil, e têm uma enorme preocupação em
estimular o emprego.