I SÉRIE — NÚMERO 49
18
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: O debate que hoje fazemos
é o de um tema sério, importante, que aflige, infelizmente, muitos concidadãos nossos e perante o qual
podemos ter duas perspetivas.
Podemos ter uma perspetiva séria de saber se, havendo pobreza, que é um facto inegável, mas não de há
três, nem de há quatro, nem de há cinco anos, mas de há muitos anos…
O Sr. Jorge Machado (PCP): — Agravou-se!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — De resto, houve vários regimes, como ainda agora aqui falaram,
onde não se acabou com a pobreza, mas onde se tentou acabar com os pobres.
O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Em relação a esses não dizem rigorosamente nada.
Vozes do CDS-PP e do PSD: — Muito bem!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, creio que o que está aqui em causa é sabermos se
está ou não a ser feito o que deve ser feito para combater essa pobreza.
O Sr. João Galamba (PS): — Não, não está!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Da parte da maioria e do Governo, preferimos elencar um conjunto
de medidas que têm sido tomadas, como a atualização das pensões mínimas sociais e rurais, a majoração
dos subsídios de desemprego nos casais desempregados, o aumento do salário mínimo nacional, um conjunto
de medidas que têm combatido esse flagelo da pobreza.
Vozes do CDS-PP e do PSD: — Muito bem!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — E a que é que assistimos da parte da oposição? Já percebemos que
da parte da esquerda mais à esquerda é o habitual! Como têm um problema com a realidade desde de há
muitos anos, tirando aquele truque, um pouco baixinho, do Sr. Deputado Jorge Machado, pouco sobra de
novidades.
Já agora, Sr. Deputado, aproveito para esclarecê-lo que estava a rir-me de si, não me estava a rir da
pobreza, porque ninguém, obviamente, nesta Casa — e, ao contrário do PCP, não faço julgamentos de caráter
— se ri de um assunto tão sério!
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Mas usar-se, como o Sr. Deputado fez, argumentos ridículos e falsidades no debate político é, de facto,
risível e ridículo.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Mas, indo ao essencial, quero dizer que, da parte do PS,
esperávamos mais!
É que o PS, numa espiral de demagogia, nomeadamente o Sr. Deputado Miguel Laranjeiro, esquece-se
completamente de que aquilo que herdámos era um Estado onde o Estado social era impossível de ser
suportado. Por uma simples razão: era um Estado falido! Era um Estado que andava a mendigar apoios, na
União Europeia, para poder pagar salários e pensões! E já que o Partido Socialista — e com isto termino,
porque importa que estes debates esclareçam — falou na questão dos supostos boys, vamos ser claros: a
única forma de acabar com os boys é acabar com os jobs.