21 DE FEVEREIRO DE 2015
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A Sr.ª Presidente: — Fica registado, Sr. Deputado.
Prosseguindo com as votações, vamos agora votar, em votação final global, o texto final apresentado pela
Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, relativo à proposta de lei n.º 247/XII
(3.ª) — Transpõe a Diretiva 2012/28/UE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 25 de outubro, relativa a
determinadas utilizações permitidas de obras órfãs, e procede à décima alteração ao Código do Direito de
Autor e dos Direitos Conexos, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 63/85, de 14 de março.
Submetido à votação, foi aprovado, com votos a favor do PSD e do CDS-PP, votos contra do PS e do BE, e
abstenções do PCP, de Os Verdes e de 7 Deputados do PS (António Braga, Fernando Serrasqueiro, Glória
Araújo, João Portugal, José Lello, Mário Ruivo e Paulo Campos).
Para que efeito pediu a palavra, Sr.ª Deputada Gabriela Canavilhas?
A Sr.ª Gabriela Canavilhas (PS): — Sr.ª Presidente, é para anunciar que irei apresentar uma declaração
de voto por escrito em meu nome e em nome do Sr. Deputado Rui Paulo Figueiredo.
A Sr.ª Presidente: — Fica registado, Sr.ª Deputada.
Vamos prosseguir com a votação final global do texto final, apresentado pela Comissão de Assuntos
Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, relativo aos projetos de lei n.os
453/XII (3.ª) — Trigésima
primeira alteração ao Código Penal, sexta alteração à Lei n.º 34/87, de 16 de julho, primeira alteração à Lei n.º
20/2008, de 21 de abril, primeira alteração à Lei n.º 50/2007, de 31 de agosto, e primeira alteração à Lei n.º
19/2008, de 21 de abril, no sentido de dar cumprimento às recomendações dirigidas a Portugal em matéria de
corrupção pelo GRECO, Nações Unidas e OCDE no contexto de processos de avaliações mútuas (PSD) e
601/XII (3.ª) — Dá pleno cumprimento às recomendações dirigidas a Portugal em matéria de combate à
corrupção pelo Grupo de Estados do Conselho da Europa contra a Corrupção, pelas Nações Unidas e pela
OCDE (PS).
Submetido à votação, foi aprovado por unanimidade.
Srs. Deputados, há um pedido de declaração de voto oral, que, como manda a regra, deve ter lugar agora.
Tem a palavra o Sr. Deputado Miguel Tiago, para uma declaração de voto.
O Sr. Miguel Tiago (PCP): — Sr.ª Presidente, sobre a votação da proposta de lei n.º 246/XII (3.ª), o Grupo
Parlamentar do Partido Comunista Português tudo fez para que a votação final global da proposta de lei sobre
cópia privada não ocorresse antes do debate da petição sobre o mesmo tema, que junta vários milhares de
assinaturas e que já aguarda agendamento para Plenário. A Assembleia, apesar de proceder a esta votação
com legitimidade formal, perde a oportunidade de valorizar a intervenção de mais de 5000 portugueses que
assinaram essa petição. A oportunidade é assim perdida por opção e imposição do PSD e do CDS-PP,
defraudando os compromissos que os próprios assumiram também na 1.ª Comissão. Não retira legitimidade
nem à proposta de lei nem à petição mas não valoriza tanto quanto cada uma delas merecia.
Além desse protesto que deixa sob a forma de declaração de voto, o PCP anuncia que o voto contra nesta
proposta de lei se deve não à forma como foi discutida mas ao seu conteúdo.
No essencial, a proposta de lei agora votada persiste num modelo de compensação de titulares de direitos
de autor que já mostrou não ser justo para os titulares nem para os que pagam a taxa relativa a tal
compensação. Além disso, a aplicação de uma taxa indiscriminada a todos os suportes de dados e
instrumentos de cópia e armazenamento cria uma situação de iniquidade perante os que fazem usos
estritamente particulares desses suportes e instrumentos, bem como gera uma compensação cujo valor não
tem qualquer relação direta com o alegado prejuízo, prejuízo esse que continua a carecer de verdadeira
avaliação e comprovação.
O PCP apresentou na Assembleia da República um projeto de lei que visava ultrapassar os principais
problemas que se prendem com a produção de cópias e a remuneração de autores, intérpretes e produtores,