I SÉRIE — NÚMERO 61
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que a competição global pela atração de investimento vai permanecer. E eu acho que nenhum de nós quer
que o nosso País volte a viver em autarcia.
A Sr.ª Presidente: — Queira concluir, Sr. Vice-Primeiro-Ministro.
O Sr. Vice-Primeiro-Ministro: — Procurarei concluir, Sr.ª Presidente.
Sr.ª Deputada, ouvimos com atenção as sugestões que fez e procuraremos, naquelas — e são várias —
que nos parecem aceitáveis para discussão, um consenso. Também estamos disponíveis para melhorar o
sistema.
O que queremos é que Portugal tenha um instrumento de atração de investimento estrangeiro que pague
aqui os seus impostos e que contribua para o nosso crescimento económico. Se o puder fazer em muitas
atividades de que nós precisamos para ter um País mais desenvolvido e mais moderno, não tenho nenhuma
dúvida em ir procurar o esforço político necessário para o conseguir.
Queria apenas dizer ao Sr. Deputado Carlos Peixoto, do PSD — e termino, Sr.ª Presidente —, que as
competências em matéria de pensar, de refletir e de propor uma estratégia de divulgação dos vistos gold
também estão definidas no diploma. Essas competências são do grupo de acompanhamento, que reúne as
várias entidades que, na cultura, na ciência, nas empresas, na internacionalização, têm opiniões e pareceres a
dar. Portanto, não se trata, como se diz, de delegar no poder autárquico a promoção. Cada território sabe
apresentar a sua proposta de valor, mas como instrumento do País obviamente que tem de ser uma política
integrada.
Sr.ª Presidente, agradeço a sua tolerância, que foi muita.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Fica, assim, concluído o debate sobre o primeiro ponto da ordem do dia.
Cumprimento o Sr. Vice-Primeiro-Ministro, o Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares, a Sr.ª e os Srs.
Secretário de Estado.
Passamos ao segundo ponto da ordem do dia, que consta da discussão conjunta, na generalidade, dos
projetos de lei n.os
767/XII (4.ª) — Altera o regime de incompatibilidades e impedimentos aplicável aos eleitos
locais e alarga o seu âmbito aos titulares de órgãos de entidades intermunicipais e associações de fins
específicos (BE), 768/XII (4.ª) — Altera o Estatuto dos Deputados, tornando obrigatório o regime de
exclusividade dos Deputados à Assembleia da República (BE), 806/XII (4.ª) — Altera o Estatuto dos
Deputados e o Regime Jurídico de Incompatibilidades e Impedimentos dos Titulares de Cargos Políticos e
Altos Cargos Públicos (PCP) e 808/XII (4.ª) — Reforça as incompatibilidades dos titulares de cargos políticos e
altos cargos públicos (PS).
Para apresentar os dois projetos de lei do Bloco de Esquerda, tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Filipe
Soares.
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Atualmente, há, não só no
nosso País, mas em várias sociedades ocidentais, uma enorme suspeição que paira na nossa sociedade. É o
mundo dos negócios e da política que vive tornando reféns os interesses públicos dos interesses privados e é
aquela porta giratória em que pessoas, mas também interesses, andam sempre a ser jogados do privado para
o público e do público para o privado e em que as pessoas sentem sempre que são os seus interesses, os
interesses públicos, que saem prejudicados em favor de uns quaisquer interesses privados.
Veja-se as redes tentaculares dos grandes grupos económicos e percebemos bem do que estamos a falar.
O caso do Banco Espírito Santo é um, mas é um caso paradigmático, daqueles que estavam instalados na
nossa sociedade, com redes de interesses em toda ela, e em que vemos que, muitas das vezes, viviam acima
de todos nós, em cima dos interesses públicos.
É por isso que temos um renovar do compromisso de transparência, mas também da palavra de
compromisso entre quem está detentor de um cargo público e aquele que votou nele, aquele que depositou a
sua confiança no Deputado, na Deputada, naquele que espera, legitimamente, que o represente.