I SÉRIE — NÚMERO 73
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Mas este tem também de ser um desígnio dos governos, de todos os governos, do Governo atual e dos
governos que virão a seguir, e tem, sobretudo, de ser um desígnio de toda a sociedade portuguesa.
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Muito bem!
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Este dia não é, para nós, um ponto de chegada, é, para nós, um ponto
de partida. É um ponto de partida para o nosso futuro, para as próximas décadas no nosso País.
Por isso, e atendendo àquilo que já ouvi antes desta minha intervenção, queria terminar dizendo a todas as
Sr.as
Deputadas e a todos os Srs. Deputados o seguinte: creio que todos temos de pôr a nossa «partidarite»
de parte neste debate. Quero hoje, de uma forma muito vincada, cumprimentar e felicitar todas e todos os
Deputados deste Parlamento. Creio que a forma como hoje aqui discutiremos estas 38 iniciativas legislativas
reconhece a importância que todos deram a este tema e todos deram a este desígnio. Estou mesmo
convencido de que esta capacidade de iniciativa e de que este debate prestigiam o Parlamento e dignificam os
parlamentares.
Por isso, termino desejando bom trabalho a todos, a bem da natalidade, a bem de Portugal, a bem do
futuro e daqueles que virão a seguir a nós.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Sr. Deputado Luís Montenegro, inscreveram-se, para fazer perguntas, os Srs.
Deputados Catarina Marcelino, do PS, José Moura Soeiro, do Bloco de Esquerda, João Oliveira, do PCP, e
Heloísa Apolónia, de Os Verdes.
Uma vez que informou que responde em conjunto, tem, desde já, a palavra a Sr.ª Deputada Catarina
Marcelino.
A Sr.ª Catarina Marcelino (PS): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Luís Montenegro, o PSD nem desafiou o
País, nem promoveu nenhum debate que pudesse conduzir a uma estratégia de políticas para a promoção da
natalidade. Tanto assim é que cada um dos partidos se apresenta hoje, aqui, com as suas propostas, já tendo
o PSD anunciado que vai votar contra algumas delas.
Vamos aqui falar deste processo que interessa ao País, que interessa às pessoas.
A apresentação de um pacote de estímulo à natalidade, dada a situação de austeridade permanente
promovida pelo Governo durante quatro anos, só pode ser uma estratégia dissimulada…
Aplausos do PS.
…e é a única justificação para este pacote no final de uma legislatura a seis meses de eleições.
Assistimos a um verdadeiro show-off nas comissões.
A Sr.ª Mónica Ferro (PSD): — Oh…!
A Sr.ª Catarina Marcelino (PS): — Assistimos à sociedade civil a ser ouvida, a dezenas de entidades a
entrar e a sair para serem ouvidas, em sobreposição, por diferentes comissões, numa azáfama que diria
mesmo frenética. No final disto tudo, a «montanha pariu um rato», porque, nas conclusões dos 12 relatórios
das 12 comissões, apenas as propostas que interessavam à maioria foram contempladas.
Aplausos do PS.
Tudo o que foram críticas — e foram muitas, porque eu assisti a muitas audições e ouvi muitas críticas —
foram, pura e simplesmente, ignoradas.
Dou como exemplo a questão da jornada de trabalho das 35 horas na administração pública, em que os
sindicatos vieram aqui dizer que eram fundamentais para a conciliação, e o que é que aconteceu? Não foram
contempladas no relatório da COFAP (Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública).