I SÉRIE — NÚMERO 73
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A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Talvez na especialidade possamos falar sobre isto.
Gostava, ainda, de fazer uma observação ao PSD sobre a questão da meia jornada ou do trabalho a meio
tempo — podemos dar-lhe todos os nomes para fingir que é uma ideia nova — com o paralelismo do salário
reduzido. Sr.as
e Srs. Deputados, não é uma coisa menor trabalhar a meio tempo com salário reduzido. A
questão é que, no trabalho a meio tempo, é preciso resolver a situação das crianças durante o tempo em se
está a trabalhar. Qual é a solução? Creche!
Pergunto às Sr.as
e aos Srs. Deputados da maioria se vão também impor às creches que aceitem
pagamentos a meio tempo! É porque nós temos de olhar as situações em função da realidade. Ou seja, os
senhores propõem salários menores para pagamento de necessidades iguais. Há aqui um elemento que tem
de entrar definitivamente no debate e que são as condições económicas das famílias. Não podemos fugir a
isso.
O Sr. David Costa (PCP): — Bem lembrado!
A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — O certo é que, Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados,
percebemos que, durante todo o debate, o PSD fugiu da discussão das formas de subsistência das famílias,
das condições económicas das famílias, e o CDS, claro, «fugiu a sete pés» do «visto familiar».
No final deste debate e depois daquilo que aqui ouvi, dá-me a sensação de que há uma forte componente
discursiva de preocupação em relação à matéria da natalidade, mas, por parte da maioria, não há uma
preocupação que leve à tomada de medidas eficazes e que gere uma inversão da tendência para resolver o
problema sério que constitui a baixa taxa de natalidade no País. Fiquei com esta nítida sensação. Não é só a
remissão para a legislatura seguinte; é, de facto, uma falta de vontade de pegar no cerne da questão e atuar
sobre ela.
Por isso, Sr.as
e Srs. Deputados, no final deste debate, só tenho a lamentar esse facto. Mas, naturalmente,
os Verdes aqui estarão para promover o debate na especialidade com a séria expetativa de que a maioria
aprove também as propostas de Os Verdes para que possam passar a esse debate na especialidade.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Sr.ª Deputada, saberemos isso quando estas 38 iniciativas forem
votadas, o que acontecerá na próxima sexta-feira, como saberão.
Na sessão plenária de amanhã, com início às 15 horas, a ordem do dia é a seguinte:
Ponto 1 — Debate de urgência, requerido pelo Grupo Parlamentar do PS, sobre a situação das comissões
de proteção de crianças e jovens;
Ponto 2 — Apreciação conjunta, na generalidade, as propostas de lei n.os
294/XII (4.ª) — Altera o Estatuto
da Ordem dos Economistas, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 174/98, de 27 de junho, em conformidade com a
Lei n.º 2/2013, de 10 de janeiro, que estabelece o regime jurídico de criação, organização e funcionamento
das associações públicas profissionais, 301/XII (4.ª) — Altera o Estatuto da Ordem dos Engenheiros, aprovado
pelo Decreto-Lei n.º 119/92, de 30 de junho, em conformidade com a Lei n.º 2/2013, de 10 de janeiro, que
estabelece o regime jurídico de criação, organização e funcionamento das associações públicas profissionais,
e 302/XII (4.ª) — Altera o Estatuto da Ordem dos Engenheiros Técnicos, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 349/99,
de 2 de setembro, em conformidade com a Lei n.º 2/2013, de 10 de janeiro, que estabelece o regime jurídico
de criação, organização e funcionamento das associações públicas profissionais;
Ponto 3 — Apreciação, na generalidade, da proposta de lei n.º 295/XII (4.ª) — Aprova o novo Estatuto da
Ordem dos Arquitetos, conformando-o com a Lei n.º 2/2013, de 10 de janeiro, que estabelece o regime jurídico
de criação, organização e funcionamento das associações públicas profissionais;
Ponto 4 — Discussão, na generalidade, da proposta de lei n.º 296/XII (4.ª) — Aprova o novo Estatuto da
Ordem dos Biólogos, conformando-o com a Lei n.º 2/2013, de 10 de janeiro, que estabelece o regime jurídico
de criação, organização e funcionamento das associações públicas profissionais;
Ponto 5 — Apreciação conjunta dos projetos de resolução n.os
1245/XII (4.ª) — Recomenda ao Governo
que reveja a potência máxima permitida nos motores das embarcações de pesca local, bem como o reforço da
fiscalização aos mesmos (CDS-PP), 1409/XII (4.ª) — Recomenda ao Governo que promova a alteração
legislativa que possibilite o aumento da potência dos motores instalados em embarcações de pesca local (PS),