16 DE ABRIL DE 2015
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Estas quatro medidas que apresentámos e que agora destaquei respondem à prioridade do apoio à
primeira infância e complementam muito do que este Governo já fez nesta área, apesar de todos os
constrangimentos que tivemos durante estes quatro anos.
No entanto, o mais importante a salientar é que todas as propostas revelam que temos a consciência da
importância da transversalidade de qualquer política de família e a garantia de que todas estas medidas
devem ser estruturais e de longo prazo.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Diana Ferreira.
A Sr.ª Diana Ferreira (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: O PCP também apresenta hoje propostas
no âmbito da educação e da saúde.
Propomos a criação do passe escolar, porque a garantia do direito à educação passa também pelo direito à
mobilidade. Propomos que os estudantes com ação social escolar tenham acesso gratuito ao passe escolar e
que todos os outros beneficiem de uma redução de 50%, uma medida que abranja todos os graus de ensino.
Propomos a gratuitidade dos manuais escolares para todos os alunos que frequentam a escolaridade
obrigatória nas escolas públicas. O custo com os manuais escolares é incomportável, para muitas famílias, e é
também por isso que muitos são os alunos que terminam o ano letivo sem os manuais escolares. Importa
referir que é também por responsabilidade do PS, do PSD e do CDS que hoje este apoio está barrado a
milhares de estudantes.
Exigimos as condições materiais e humanas para o cumprimento da lei da educação sexual em todas as
escolas do ensino básico e secundário.
Sr. Presidente, Srs. Deputados: É indispensável assegurar cuidados de saúde a todas as crianças e
jovens. É fundamental garantir o cumprimento dos direitos sexuais e reprodutivos e o apoio em situações de
infertilidade.
Na área da saúde, exigimos a atribuição do médico e enfermeiro de família a todos os utentes, em especial
às mulheres grávidas, crianças e jovens.
Defendemos a garantia de consultas de planeamento familiar, abrangendo questões da reprodução, da
preparação para o parto, da maternidade e paternidade e do acompanhamento na infertilidade. Um
acompanhamento que passe pelo reforço da capacidade de resposta pública na área da PMA (procriação
medicamente assistida), reforçando os centros públicos em todo o território nacional e, assim, eliminando listas
de espera. Propomos também a comparticipação a 100% dos tratamentos de infertilidade.
Propomos a integração de um conjunto de vacinas no Plano Nacional de Vacinação, bem como a
dinamização de programas regulares de promoção de saúde e acompanhamento na área da saúde mental.
Sr. Presidente, Srs. Deputados: Quem está preocupado com a natalidade não encerra escolas, não
despede professores, nem fomenta a contratação de contratos emprego-inserção.
Vozes do PCP: — Muito bem!
A Sr.ª Diana Ferreira (PCP): — Quem está preocupado com a natalidade não encerra serviços públicos de
saúde, não cria taxas moderadoras, não faz desaparecer valências e serviços hospitalares, empurrando as
famílias e as crianças para locais mais afastados, nem reduz o número de profissionais de saúde.
É a política de direita, venha ela de onde vier, do PS, do PSD ou do CDS, a responsável pela redução da
natalidade, pois são os seus efeitos que impedem que as famílias tenham os filhos que desejam e que tenham
somente aqueles que as suas condições económicas e sociais permitem.
Mais do que intenções ou vãs preocupações exigem-se, sim, medidas concretas de defesa dos serviços
públicos que respondam às necessidades das famílias e é isso que o PCP aqui propõe.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Tem a palavra a Sr.ª Deputada Elza Pais para uma intervenção.