I SÉRIE — NÚMERO 74
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O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Sr.ª Deputada, pede a palavra para que efeito?
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Para uma interpelação à Mesa, Sr. Presidente.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Faça favor.
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Sr. Presidente, faço uma interpelação à Mesa sobre a condução dos trabalhos,
no sentido de a Mesa diligenciar junto do Sr. Ministro que o relatório sobre a Agenda da Criança, que o PCP já
lhe pediu há três anos (pedido esse que nunca obteve qualquer resposta) e que hoje tem sido várias vezes
invocado, possa ser distribuído aos grupos parlamentares, porque utilizar argumentos que não conhecemos é,
no mínimo, pouco sério.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — A Mesa providenciará nesse sentido, Sr.ª Deputada.
Para a intervenção de encerramento, em nome do partido que requereu este agendamento potestativo, o
Partido Socialista, tem a palavra a Sr.ª Deputada Idália Salvador Serrão.
A Sr.ª Idália Salvador Serrão (PS): — Sr. Presidente, Sr. Ministro, Sr.a e Srs. Secretário de Estado, Sr.
as e
Srs. Deputados: O Sr. Ministro pode vir aqui falar daquilo que quiser, pode continuar a brindar-nos com a sua
prosa criativa, pode continuar a dizer que aumentou o número de horas dos técnicos das comissões — o que
não é verdade! — e pode até querer vir aqui falar do Partido Socialista, mas não foi para isso que o Governo
foi aqui chamado. O Governo foi aqui chamado para prestar contas sobre o facto pelo qual retirou técnicos das
comissões de proteção de crianças e jovens e, sobre isso, o Sr. Ministro e o Sr. Secretário de Estado não
conseguiram dizer-nos nada.
Aplausos do PS.
Mais, Sr. Ministro e Sr. Secretário de Estado: quando o debate não vos corre de feição, os senhores vêm
dizer que o debate não é sério, mas a pergunta que vos colocámos, as perguntas que a oposição vos colocou
são muito sérias. O que está em causa é a retirada dos técnicos de reforço da segurança social: dos 153 que
lá foram colocados por concurso, hoje restam 34 e, sobre isso, nem uma palavra! Nada! Apenas o silêncio.
O Sr. Ministro encontra-se, de novo, a desempenhar o papel a que já nos habitou, que é o da fuga para a
frente sem nada nos dizer.
Aplausos do PS.
Sr. Ministro, tenho comigo a circular do Instituto da Segurança Social que refere, no que diz respeito aos
técnicos de reforço, que um técnico deverá ter a responsabilidade por 300 a 500 processos e dois técnicos
deverão ter até 700 processos. Portanto, não lhe fica bem dizer que não há critérios definidos, pois eles foram
impostos pela segurança social!
Pausa.
Sr. Presidente, peço-lhe que não me conte este tempo. Só quando o Sr. Ministro me der atenção é que
gostaria de continuar a minha intervenção.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — O Sr. Ministro está sempre atento.
A Sr.ª Idália Salvador Serrão (PS): — Bem-haja, Sr. Presidente.
Sr. Ministro, a proteção de crianças e jovens está comprometida. Os senhores agravaram as condições de
vida dos portugueses. Há mais pobreza, há mais processos complicados, situações complicadas e menos