17 DE ABRIL DE 2015
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O Sr. Ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social: — … o mesmo sucedeu às forças de
segurança, aos elementos cooptados, aos membros indicados pelas instituições sociais, dando um sinal
inequívoco de que podemos caminhar, efetivamente, para uma multidisciplinaridade.
Hoje, comparativamente a 2011, a segurança social tem técnicos afetos durante mais tempo às CPCJ.
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — É mentira!
O Sr. Ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social: — No total, estão, hoje, mais 1278 horas
dedicados em exclusivo às CPCJ do que em 2011.
Daí que se compreendam os dados que hoje conhecemos: mais pessoas, mais horas, são mais processos
tratados. De acordo com os últimos dados, são tratados mais 3600 processos do que em 2011.
No que à segurança social diz respeito, tivemos até uma atenção redobrada. Não só a representação da
segurança social está devidamente assegurada pelo Instituto da Segurança Social nas 278 CPCJ existentes
no território continental, como, em 33% dos casos, a afetação dos técnicos é superior à prevista nos critérios,
critérios esses que foram estabelecidos em plena articulação com a Comissão Nacional,…
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Mentira!
O Sr. Ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social: — … que com eles concordou, e que
dão, em média, um rácio de 40 processos por técnico, por ano, bastante longe dos 500 processos que o
Partido Socialista agora alegava.
Mas, quanto a esse particular, permitam-me que refira aqui que o impacto do processo de requalificação no
universo das CPCJ é de apenas 14 pessoas, que já estão, neste momento, todas elas, substituídas por
técnicos da área social.
Protestos do PS e do PCP.
Mas, Sr.as
e Srs. Deputados, queremos que, no futuro, esse reforço seja ainda maior, propondo um
aumento para 3604 horas semanais de tempo exclusivamente dedicado aos processos destas crianças. É
uma preocupação que o Governo, aliás, não tem desde agora.
Quando, há cerca de dois anos, avançámos para a Agenda da Criança, estabelecemos este tema como
uma prioridade. Hoje, temos duas comissões, encabeçadas por dois procuradores-gerais da República, que
estão a emitir as suas conclusões, as quais permitirão que o Parlamento e o Governo possam avançar com a
revisão da legislação existente.
Uma primeira medida passa, inequivocamente, por dotar a Comissão Nacional de Proteção das Crianças e
Jovens em Risco de autonomia administrativa, algo que, aliás, está também em linha com o que temos
procurado fazer, que é o reforço das CPCJ.
Mas, como resposta complementar e especializada, numa atuação preventiva e a montante do problema, o
Governo optou por uma clara prioridade estratégica de qualificação das respostas sociais, que resulta na
estabilização do número de menores em situação de acolhimento.
A comparticipação dos lares de infância e juventude aumentou de forma expressiva: de 470 €/criança, em
2010, para 700 €/criança, isto é, mais 230 €/criança ou jovem num lar de infância e juventude, num total de
investimento anual superior a 38 milhões de euros.
Mas também aumentámos a capacidade de resposta na intervenção precoce na infância, no conhecido
SNIPI (Sistema Nacional de Intervenção Precoce na Infância), já que mais de 5000 crianças, entre 2012 e
2014, passaram pelos serviços do SNIPI, reforçando também as equipas locais de intervenção (ELI) dos
distritos de Aveiro, Braga, Porto, Viana do Castelo e Viseu, abrangendo, assim, mais 600 crianças, através da
contratação de mais 36 profissionais.
Nos centros de apoio e aconselhamento familiar, também conhecidos por CAFAP (Centro de Apoio
Familiar e Aconselhamento Parental), vamos reforçar, até ao final de abril, mais 13 acordos de cooperação,
abrangendo mais 3132 pessoas.