23 DE ABRIL DE 2015
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O Sr. João Galamba (PS): — Qual é o modelo do Governo?!
O Sr. Vice-Primeiro-Ministro: — Esta maioria recebeu um País com troica e com os portugueses livrou o
País da troica; recebemos um País com défice excessivo e com os portugueses terminaremos com o respetivo
procedimento, que ainda nos afeta, por exemplo, os ratings ou ainda nos ameaça, por exemplo, com sanções
económicas; recebemos um País a caminho da recessão, temos hoje um País com crescimento. Vamos
faseadamente baixar o IRS e o IRC e gradualmente repor os salários da Administração Pública. Não pomos
em risco a credibilidade conquistada e não queremos que Portugal volte ao radar dos países com problemas e
com sarilhos. O PS dispara o défice e não controla a dívida, deixa-nos em défice excessivo e sujeitos às suas
ameaças. É o caminho mais simples para voltar à troica, à austeridade e ao sacrifício.
O vosso plano de promessas não tem apenas o risco da desilusão, contem o risco de se converter noutro
memorando de entendimento em que cada promessa se transforma numa restrição.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Não se diga que tudo é uma repetição do passado. Alguma absolvição do presente e uma não pequena
dose de mistério para o futuro contém o plano socialista.
Para que conste, o PS acaba de aderir à tese de que não são possíveis reposições completas de uma só
vez em certas áreas da despesa pública.
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — É às prestações!
O Sr. Vice-Primeiro-Ministro: — Ou seja, o PS, ao adotar nessas áreas o gradualismo, desvia-se da
doutrina muito excessiva que o próprio PS fez durante muito tempo das decisões do Tribunal Constitucional.
Para registo futuro, o PS dispõe-se a causar o maior buraco de sempre na segurança social e na Caixa
Geral de Aposentações.
Risos do PS.
Continuando o sistema a ser de repartição, o experimentalismo de reduções agressivas e sistemáticas da
TSU, tanto no capital como no trabalho, põe em risco a sustentabilidade das atuais pensões que têm de ser
pagas pontualmente pelas contribuições dos atuais trabalhadores.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Por fim, o erro das políticas sociais não seletivas. Por exemplo, regressar ao rendimento mínimo como ele
era antes é regressar à permeabilidade dos abusos nessa prestação.
Protestos do PS.
O Sr. Eduardo Cabrita (PS): — Até a OCDE o recomenda!
O Sr. Vice-Primeiro-Ministro: — O coro não faz uma política, só faz barulho!
O Sr. João Galamba (PS): — Mas é uma recordatória!
O Sr. Presidente (Miranda Calha): — Agradecia a atenção dos Srs. Deputados.
Faça favor de prosseguir, Sr. Vice-Primeiro-Ministro.
O Sr. Vice-Primeiro-Ministro: — Ou, ainda, por exemplo, o retorno a políticas fiscais ideológicas,
deixando, aliás, «knockouteados» os seus líderes históricos.