I SÉRIE — NÚMERO 76
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Gostaria de saber como é possível, agora que os senhores propõem apenas cobrar heranças no valor
superior a 1 milhão de euros, termos exatamente a mesma receita que tínhamos quando todas as heranças
eram cobradas.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP):— Exatamente!
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Ou isto é para «inglês ver» e, na realidade, o imposto sucessório é
para ser reposto em relação a todas as heranças?!
Aplausos do CDS-PP.
Por último, o complemento salarial para trabalhadores.
Gostaria de perguntar e ver esclarecida a dúvida — porque refere 440 000 trabalhadores e isto inclui os
trabalhadores por conta própria e também os trabalhadores por conta de outrem — sobre se estamos a prever
este complemento apenas para trabalhadores por conta de outrem ou também para trabalhadores por conta
própria, porque, se for para ambos os tipos de trabalhadores, creio, Sr. Deputado, que o valor que está
calculado está muito, muito, muito subavaliado e devíamos a falar de um montante muitíssimo maior.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
O Sr. Presidente (Miranda Calha): — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Fernando
Virgílio Macedo.
O Sr. Fernando Virgílio Macedo (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Vieira da Silva, ontem, assistimos
à apresentação do cenário macroeconómico do Partido Socialista para o período 2015-2019.
Uma primeira palavra para a saída do estado de negação, por parte do Partido Socialista, relativamente à
existência de crescimento económico sustentado, em Portugal.
Nesse cenário macroeconómico, é reconhecido explicitamente que hoje, em Portugal, existe crescimento
económico e que Portugal irá crescer nos próximos anos, ou seja, que esse crescimento económico não é
nenhuma miragem nem nenhuma ilusão.
Certamente, o Sr. Deputado Vieira da Silva reconhece que esse crescimento económico só pode ser fruto
do trabalho realizado pelo Governo de Portugal nestes últimos anos.
Mas, nesse documento, também é bem visível o habitual caráter eleitoralista do Partido Socialista em
períodos pré-eleitorais, prometendo dar tudo a todos, e rapidamente.
Basicamente, nesse documento, o PS propõe-se baixar as receitas públicas, aumentar as despesas,
manter as metas para o défice e, ainda, paralelamente, efetuar um forte aumento do investimento e baixar o
desemprego.
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — É o regresso ao passado!
O Sr. Fernando Virgílio Macedo (PSD): — Se isso fosse possível, Sr. Deputado, e todos sabemos que
não é, o PS tinha verdadeiramente descoberto o «Santo Graal» das finanças públicas.
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — É verdade!
O Sr. Fernando Virgílio Macedo (PSD): — Não me parece que isso tenha acontecido.
Todos nos lembramos do passado, quando o PS nos tentou fazer crer o mesmo relativamente ao
investimento em obras públicas, ou seja, que era possível realizar obras públicas sem dinheiro, sem custos
para os contribuintes e sem custos para o utilizador. Hoje, sabemos que isso não é possível, hoje, os
contribuintes portugueses estão a pagar bem caro o despesismo do Partido Socialista no passado.
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — É verdade!