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23 DE ABRIL DE 2015

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O Sr. Fernando Virgílio Macedo (PSD): — Mas, Sr. Deputado Vieira da Silva, a minha questão é muito

simples: o Sr. Deputado acredita efetivamente nesse verdadeiro ilusionismo orçamental que foi efetuado

ontem, naquela apresentação, ou pensa que foi mais um capítulo do habitual eleitoralismo do Partido

Socialista, em vésperas de eleições?!

O Sr. Deputado pensa que é racional trocar uma estratégia orçamental prudente, como a que foi

apresentada aqui, no Programa de Estabilidade, por este Governo, por uma estratégia especulativa, que

aposta na criação de despesa, gerando responsabilidades orçamentais imediatas que poderão,

eventualmente, vir ou não a ser compensadas com receitas futuras que ninguém consegue vislumbrar?!

Sr. Deputado, vivemos tempos de responsabilidade, não podemos regressar ao tempo do despesismo, do

experimentalismo, da irresponsabilidade.

Os portugueses, certamente, não estarão disponíveis para desperdiçar os sacrifícios que foram realizados

nos últimos três anos e meio.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

O Sr. Presidente (Miranda Calha): — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Vieira da Silva.

O Sr. Vieira da Silva (PS): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, antes de mais, agradeço as questões que

colocaram.

Sr. Deputado Adão Silva, agradeço as palavras que me dirigiu, mas a sua intervenção é o caso mais

extraordinário de debate político do dia de hoje. É que o Sr. Deputado, em todas as mensagens políticas e em

todas as propostas políticas do documento do cenário macroeconómico que foi apresentado ontem, pelo

Partido Socialista, foi encontrar uma coisa que não estava lá. Foi o seu moinho de vento! O plafonamento não

está lá, Sr. Deputado.

O Sr. Adão Silva (PSD): — Pois não, não está!…

O Sr. Vieira da Silva (PS): — Não está lá o plafonamento e explico-lhe porquê. Não tenho a pretensão de

dar lições a ninguém e também não tenho a certeza se o Sr. Deputado está disponível para ouvir alguma lição.

Por isso mesmo, vou dizer-lhe que aquilo que mais contribuiu para a degradação das pensões futuras, no

passado recente, em Portugal, foram dois fenómenos: a destruição de centenas de milhares de postos de

trabalho…

A Sr.ª Hortense Martins (PS): — Bem lembrado!

O Sr. Vieira da Silva (PS): — … e a quebra do valor dos salários presentes na sociedade portuguesa. E

isto pode ser estimado!

Aplausos do PS.

Aquilo que a proposta do Partido Socialista faz é uma coisa diferente: considerar que, nesta situação

excecional de dificuldade em criar emprego, se justifica que haja um estímulo económico para aqueles

portugueses que têm muita dificuldade em encontrar outro estímulo económico para a recuperação dos seus

rendimentos. E, naturalmente, temos uma profunda convicção de que o efeito económico dessa estratégia

será positivo, também para a segurança social.

Sr.ª Deputada Cecília Meireles, não quero fugir da discussão de nenhum dos seus pontos, a Sr.ª Deputada

é que quis fugir da discussão do documento que está hoje, aqui, em apreciação.

Aplausos do PS.