I SÉRIE — NÚMERO 81
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Aplausos do PSD e do CDS-PP.
É que não podemos deixar ninguém para trás e, por isso, não podemos brincar com estas realidades tão
sensíveis. E também não são admissíveis promessas inconsistentes, que alimentam esperanças vãs, numa
dramática repetição do que ocorreu faz agora uma década. Estou a referir-me ao documento do Partido
Socialista Uma Década para Portugal, que afinal é só meia década.
Sobre as questões do emprego e do desemprego, importa destacar e perguntar três questões.
Primeiro, o PS parte de um cenário de que, em 2015, Portugal vai registar uma taxa de desemprego de
13,6%. Percebemos que, na busca de originalidade, o PS se queira distanciar, acentuando o negativo da
projeção do Governo, que aponta para 13,2%. O que não percebemos é que a taxa de desemprego prevista
pelo PS esteja acima da realidade já do mês de março. Não seria de corrigir rapidamente, pergunto eu?
Segundo, sem explicar como, a taxa de desemprego prevista pelo PS será de 7,4%, em 2019. Estamos no
domínio do puro milagre e da mais rematada inconsistência, que nos faz lembrar as promessas de uma
década atrás. Sabemos o que aconteceu durante os dois mandatos de José Sócrates: o desemprego passou
de 7,3%, no segundo trimestre de 2005, para 12,1%, em junho de 2011, ou seja, mais 4,8%.
Finalmente, sem qualquer justificação, ainda segundo o PS, o emprego vai subir acentuadamente, muito
acima do que permite o crescimento previsto para a economia, na cartilha socialista. Quantos empregos novos
serão criados? Quantos? Quantos serão criados? Não está quantificado, apenas as percentagens. Mas serão
centenas de milhares, talvez bastante acima, digo eu, de 150 000.
Nós percebemos que o PS de António Costa não queira quantificar o número de empregos a criar ou,
melhor, a recuperar, para usar um verbo com história.
A Sr.ª Presidente: — Queira concluir, Sr. Deputado.
O Sr. Adão Silva (PSD): — É que «gato escaldado de água fria tem medo» e António Costa, apesar da
noticiada quase insolvência financeira do PS, não estará disponível para reciclar e reeditar um cartaz que leva
10 anos e continua a ser um exemplo de tudo aquilo que não deve ser feito em política e muito menos em
políticas de emprego. Estão a ver a que é que estou a referir-me, Srs. Deputados do PS?!
A Sr.ª Presidente: — Queira concluir, Sr. Deputado.
O Sr. Adão Silva (PSD): — Com toda a serenidade, Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados, por detrás dos
números do desemprego, há gente que luta, que sofre, que anseia e que aspira a usufruir de todos os direitos
que a nossa democracia consagra.
Nós sabemos muito bem disso. O PS não soube, no passado, e parece continuar a não saber.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Continuo a pedir aos Srs. Deputados que respeitem os tempos regimentais, pelo
menos quando a Mesa chama a atenção.
Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Isabel Santos.
A Sr.ª Isabel Santos (PS): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados: Sem trazer os recados, tipo Redações da
Guidinha fabricadas em casa, queria aqui deixar duas notas.
São interessantes as questões colocadas pelo PSD em relação ao emprego e, por isso, uma pergunta à
qual, com certeza, o Sr. Ministro saberá responder.
Em 2019, o número de postos de trabalho estará 104 000 unidades abaixo daquilo que tinha sido estimado
em 2011 como sendo a realidade em 2015. Sr. Ministro, o que é que aconteceu?
Aplausos do PS.