15 DE MAIO DE 2015
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A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — Creio, Sr.as
e Srs. Deputados, pese embora as alterações e as adequações
de que o setor cooperativo precisa para se adequar aos nossos dias, que esta é a génese que se deve
manter. E é aqui que este projeto de lei entra em contraciclo com a própria génese do setor cooperativo,
quando se prevê a questão do voto plural e dos membros investidores nos exatos termos que aqui vêm
inscritos.
Por outro lado, levanta outros problemas que ainda não foram referidos, que quero abordar agora e que
têm exatamente a ver com o direito de voto das cooperativas nas confederações e nas uniões cooperativas.
Isto porque este voto plural não só se reflete na organização micro da cooperativa mas, depois, na
organização a um nível acima.
Protestos do PSD.
E, Sr.as
e Srs. Deputados, o que aqui está dito também é que as cooperativas podem ter peso diferente
dentro das confederações, não só relativamente ao número de votos…
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Faz favor de terminar, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — Termino, Sr. Presidente.
Dizia eu, não só na questão do número de votos como também na sua representação. E isto pode conduzir
a cooperativas de primeira e de segunda.
Dizem os Srs. Deputados que não se impõem regras e que são apenas opções. Então, se não se impõem
regras e são apenas opções, este código não pode ser tão detalhado. Não podemos ter uma lei que diz:
podem, podem, podem, podem…
A lei tem de ser objetiva…
O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — Objetiva nas opções que toma!
A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — … e, neste caso, minimalista, porque para prever a democracia e a
liberdade dos cooperantes e das cooperativas não podem estar inscritas estas regras, desta forma.
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr.ª Deputado Miguel
Laranjeiro.
O Sr. Miguel Laranjeiro (PS): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Estamos praticamente no final do
debate parlamentar relativo à revisão do Código Cooperativo e não posso deixar de saudar todos aqueles que
servem a economia social e, neste caso, servem o cooperativismo.
Quero realçar a importância deste debate, a importância do Código Cooperativo e de toda a legislação que
lhe está subjacente e rege este setor. O setor cooperativo é importante. É importante no mundo, na Europa,
mas, sobretudo, aqui, em Portugal, que tem mais de 2200 cooperativas, mais de 34 000 trabalhadores, de
pessoas envolvidas diretamente no dia-a-dia das cooperativas. Portanto, trata-se de uma importante, relevante
e significativa presença na sociedade portuguesa, na economia, na área social, na educação, enfim, em
muitos setores que não quero deixar de realçar.
O Partido Socialista esteve sempre na linha da frente da defesa do setor cooperativo, do seu movimento,
da sua ação. Valorizamos sempre o princípio da solidariedade e do empreendedorismo da sociedade civil,
valorizamos, no fundo, a organização cooperativa e temos, na história do Partido Socialista, alguns dos
socialistas mais relevantes ligados precisamente ao movimento cooperativo.
Mas o Estado, no passado como hoje, deve ser um esteio de apoio a esta dinâmica da sociedade e o
Partido Socialista estará sempre, como esteve no passado, na linha da frente daqueles que querem um setor