I SÉRIE — NÚMERO 86
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Aliás, segundo a Confecoop, o Presidente da Cooperativa António Sérgio para a Economia Social, que
coordenou o grupo de trabalho, nem sequer foi informado sobre as alterações que foram efetuadas e
enviadas, em jeito de informação, à Assembleia da República.
Sr.as
e Srs. Deputados, queríamos que os senhores nos contassem, afinal, como foi feito este processo.
Por que é que o Governo deu este trabalho aos Grupos Parlamentares do PSD e do CDS? Por que é que
apresentam esta iniciativa? É por falta de iniciativa parlamentar dos Sr.as
e Srs. Deputados do PSD e do
CDS?! Até onde é que vai a responsabilidade do Governo e a utilização de meios públicos e onde é que
começa o trabalho dos partidos políticos?
Sr.as
e Srs. Deputados, queríamos saber se os senhores acham, inclusivamente, que este tipo de
comportamento é ético. Não nos parece que seja muito de valorizar.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Nuno Serra.
O Sr. Nuno Serra (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: «Queremos um sistema para as
pessoas e não as pessoas para um sistema». Esta é uma frase emblemática do PSD mas que se enquadra
perfeitamente naquilo que esperamos do setor cooperativista. E este é um paradigma que deve nortear este
setor: que se adapte, que vá ao encontro das exigências da realidade dos dias de hoje, que não se mantenha
amarrado a um passado imobilista, que o tem levado, aos poucos, à falência e ao distanciamento daquilo que
é a realidade das pessoas.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Vai ao encontro de 1994!
O Sr. Nuno Serra (PSD): — O cooperativismo tem de se adaptar às profundas alterações sociais,
económicas e culturais que a sociedade tem vindo a enfrentar.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Esta é a proposta de 1994!
O Sr. Nuno Serra (PSD): — Esta adaptação tem de ser construída por todos, todos têm a responsabilidade
de a construir, porque só com essa ajuda e com a colaboração de todos é que podemos ter um consenso
essencial para o setor.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Recuando 22 anos!
O Sr. Nuno Serra (PSD): — Queremos um setor cooperativo ativo, que se mantenha fiel aos seus
princípios mas que seja capaz, a todo o momento, de se alicerçar num indispensável crescimento económico.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Conversa!
O Sr. Nuno Serra (PSD): — No setor agrícola, que todos conhecem, o cooperativismo teve, nas últimas
décadas, um papel importantíssimo e insubstituível.
O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — Bem lembrado!
O Sr. Nuno Serra (PSD): — Contribuiu para a coesão das comunidades rurais e para o seu progresso,
através de apoio técnico e da formação profissional, potenciando a promoção da qualidade e da proteção
ambiental, sempre com uma função essencial no desenvolvimento de uma economia social que assentou no
desenvolvimento do mundo rural.
O Sr. Adão Silva (PSD): — Muito bem!