23 DE MAIO DE 2015
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Mas, das freguesias, Srs. Deputados, não esperam os cidadãos, os portugueses, que concorram, muitas
vezes, de forma desleal e se substituam às iniciativas das entidades de solidariedade social.
Não se pretende nem compete que se dupliquem esforços e, com eles, custos, não se pretende nem
compete que se substitua o trabalho das entidades do terceiro setor, as IPSS, as misericórdias, as
associações de desenvolvimento local ou cooperativas de solidariedade social.
O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — É verdade!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Essa é que é essa!
O Sr. José Lino Ramos (CDS-PP): — Das respostas sociais esperam os portugueses sustentabilidade e
eficiência. E o que o Partido Socialista pretende, neste caso, é um modelo social sem eficiência e sem
sustentabilidade. Um modelo que, em vez de fomentar, a nível local, as redes de apoio social integrado, quer
contribuir para ativar e alavancar os meios e os agentes que são de primeira linha na resposta social às
necessidades locais.
Pretendia-se, agora, novamente, que uma freguesia em concreto, por exceção, fosse destinatária de
auxílios financeiros, para funcionar em regime de concorrência com as demais respostas sociais. Não é esse o
objetivo das respostas sociais, não é isso que os portugueses esperam das respostas sociais, esperam
eficiência e sustentabilidade, e não há nenhuma sustentabilidade na proposta apresentada pelo Partido
Socialista.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
A Sr.ª Presidente: — Para interpelar a Mesa, tem a palavra o Sr. Deputado Jorge Paulo Oliveira.
O Sr. Jorge Paulo Oliveira (PSD): — Sr.ª Presidente, queria pedir à Mesa que providenciasse a
distribuição à Câmara de uma notícia que saiu no Jornal de Notícias, em 18 de maio de 2015, onde o próprio
Sr. Deputado Renato Sampaio assume que esta é uma lei-medida.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Mas já era antes!
A Sr.ª Presidente: — Tem, agora, a palavra a Sr.ª Deputada Paula Santos.
A Sr.ª Paula Santos (PCP): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados: De facto, estranhámos esta avocação por
parte do PSD e do CDS e agora verificámos aqui um volte-face.
Mas, nesta intervenção, queria fazer três referências, a primeira das quais a de que o PCP votou contra
esta proposta em comissão, no processo de especialidade. E votou contra exatamente porque ela prossegue
um objetivo de municipalização das áreas sociais, o qual não podemos acompanhar. Trata-se, na prática,
daquilo que temos vindo a referir: uma desresponsabilização, por parte do Governo,…
O Sr. Carlos Abreu Amorim (PSD): — Chama-se descentralização!
A Sr.ª Paula Santos (PCP): — … daquelas que são as suas responsabilidades, neste caso concreto, de
assegurar as respostas sociais aos portugueses no nosso País.
Portanto, esta proposta do PS e as propostas que o PSD e o CDS têm vindo a apresentar, no que diz
respeito à municipalização, em nada diferem umas das outras, muito pelo contrário vão exatamente no mesmo
sentido: transferir problemas para as autarquias, problemas que o Governo não resolveu, com os respetivos
encargos. Trata-se, efetivamente, de propostas que não vão no sentido da garantia de direitos universais,
como estes, relacionados com as áreas sociais.