I SÉRIE — NÚMERO 90
50
Por isso, a nossa obrigação enquanto parlamentares — de todos nós, não é só dos grupos da oposição ou
dos grupos que apoiam o Governo — é inovar com consequência e com responsabilidade e trazer aqui
políticas exequíveis que possam ajudar estas pessoas a projetarem melhor o seu futuro.
O que os senhores hoje trazem e pedem faz sentido. E faz tanto sentido que o Governo está a fazê-lo. O
Governo tem definido, de forma muito clara, apoiar e impulsionar a experimentação de projetos inovadores.
Tem sido muito claramente a orientação deste Governo nesta área, uma atuação em diálogo e proximidade
com as organizações representativas das pessoas com deficiência que tem permitido o exercício da tomada
de decisões e a oportunidade de experimentação de intervenções inovadoras que respondam às
necessidades emergentes das pessoas com deficiência. É aquilo que os senhores pedem no vosso projeto de
resolução. Está a ser feito.
As novas abordagens de intervenção que remetem para o conceito de vida independente constituem um
eixo prioritário do Governo e está concretizado num conjunto de medidas do novo quadro comunitário —
Portugal 2020 — ao POISE (Programa Operacional Inclusão Social e Emprego), claramente.
Desde o final do ano de 2013, o Ministério está a dinamizar e a cooperar com as organizações
representativas do setor, com todas aquelas que se mostraram disponíveis, para a estruturação da prestação
de serviço de assistentes pessoais para pessoas com deficiência.
Há, inclusivamente, um projeto-piloto de formação para assistentes pessoais para pessoas com deficiência
e incapacidade. Não é algo feito de qualquer forma, é com competência, com formação e com capacidade
para ajudar estas pessoas. A definição do perfil profissional do assistente pessoal da pessoa com deficiência e
incapacidade foi validada por 11 organizações representativas do setor e dará origem a uma nova profissão.
No âmbito do Portugal 2020, o Programa Operacional Inclusão Social e Emprego é o instrumento que
alavancará a concretização de intervenções que privilegiam a autonomia das pessoas com deficiência no seu
contexto de vida, sendo o apoio prestado de base territorial em alternativa à institucionalização. Não pode ser
mais claro.
Ainda no Programa Operacional Inclusão Social e Emprego, na assistência pessoal prevê-se a criação de
serviços e bolsas de assistentes pessoais de base comunitária para apoio a pessoas com deficiência e
incapacidades nas suas atividades da vida diária e participação social.
O Sr. Presidente (Miranda Calha): — Queira concluir, Sr. Deputado.
O Sr. Raúl de Almeida (CDS-PP): — E concluo, Sr. Presidente.
É importante ver que isto cobre todas as atividades da vida da pessoa. A regulamentação específica do
domínio de inclusão social e emprego, a Portaria n.º 97-A/2015, de 30 de março, está publicada no site
www.portugal2020.pt, pelo que o Partido Comunista e o Bloco de Esquerda poderiam e deveriam ler aquilo
que representa, que consubstancia, isto porque as propostas feitas hoje não constituem qualquer novidade
nesta área.
Saudamos a preocupação, é legítima e é séria.…
A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Então, vão votar a favor!
O Sr. Raúl de Almeida (CDS-PP): — Não, Sr.ª Deputada, porque é superveniente.
O Sr. Presidente (Miranda Calha): — Sr. Deputado, queira concluir.
O Sr. Raúl de Almeida (CDS-PP): — A questão é: vamos inovar, vamos propor com inovação e
responsabilidade.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
O Sr. Presidente (Miranda Calha): — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Idália Salvador
Serrão.