28 DE MAIO DE 2015
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O Sr. Presidente: — Não temos inscrições na Mesa. Nenhum Sr. Deputado se inscreve para intervir em
relação a este ponto da nossa ordem de trabalhos?
Pausa.
O Sr. Deputado Luís Fazenda acaba de se inscrever para uma intervenção. Muito obrigado por ter-se
inscrito, Sr. Deputado.
O Sr. Luís Fazenda (BE): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as
e Srs. Deputados: Esperava
ouvir outras doutas opiniões antes de emitir a minha humilde opinião, mas ela é para expressar concordância
genérica com esta proposta de lei, que é uma tradução de orientações e diretivas comunitárias que faziam
falta.
Toda a história dos crimes ambientais entrecruza-se muito com a tragédia do Prestige e com todas as
consequências e todos os debates que, na lei, os tribunais tiveram acerca disso. Devo chamar a atenção para
o seguinte: o desenho do crime de descarga poluente de navio é uma arma forte, muito forte. Esperemos que
as autoridades tenham a capacidade de acompanhar o desenho do crime, porque, em Portugal, infelizmente, é
uma circunstância que ocorre com imensa frequência e, na forma como está estabelecido nesta proposta de
lei, basta que ela altere a qualidade da água, portanto, tem uma incidência larguíssima. Como tal, nessa
medida, creio que tem um efeito importante do ponto de vista preventivo e, em última instância, repressivo.
Portanto, a minha intervenção é apenas para dizer que acompanhamos esta proposta de lei. Entendemos
que é necessário que, na nossa lei penal, estes crimes ambientais estejam mais tipificados, acompanhamos a
legislação europeia acerca disso e, sobretudo, que veja a luz do dia, de modo prático, e que as autoridades
tenham também competências, capacidades e formação para aplicar este novo desenho de crimes
ambientais.
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente (Miranda Calha): — Tem agora a palavra, para uma intervenção, o Sr. Deputado Carlos
Peixoto.
O Sr. Carlos Peixoto (PSD): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as
e Srs. Deputados: Penso
que se consolidou a ideia de que está em curso um combate alargadíssimo, diria mesmo global, naturalmente
mais trabalhado na União Europeia do que noutros pontos do mundo, contra as alterações climáticas e a favor
da preservação da biodiversidade, em benefício do ambiente e da redução dos índices de poluição.
Trata-se de uma luta que não tem fronteiras, não tem ideologias e, naturalmente, também não tem partidos,
como, aliás, aqui ficou expresso pela posição do Bloco de Esquerda, que deu a sua concordância genérica
relativamente a estas alterações ao Código Penal, e como, aliás, já tinha ficado bem saliente no outro debate
anterior, quando se transpôs verdadeiramente e originalmente a diretiva, em 2011, em que o Partido Socialista
também votou favoravelmente a transposição dessa diretiva.
Portanto, o que aqui queremos expressar, Sr.ª Ministra é, em primeiro lugar, louvar a iniciativa, que reforça
a penalização dos crimes ambientais, dos chamados delitos ecológicos, que comprometem e afrontam, de
forma muitas vezes irreversível, os direitos valiosíssimos da vida humana, nomeadamente aqueles que todos
nós temos de viver num ambiente sadio e equilibrado.
O Governo, com esta iniciativa, respeita não só estas diretivas mas, essencialmente, dá resposta, penso
eu, a quatro questões.
Em primeiro lugar, percebeu que há uma necessidade coletiva muito grande de prevenir e reprimir
atentados ambientais.
Em segundo lugar, percebeu também que é necessário proteger a contribuição do setor marítimo para a
construção e para a compreensão da construção europeia.
Em terceiro lugar, penso que também está subjacente a esta transposição uma potenciação da economia
do mar, que é muito importante num país como o nosso, que é banhado por mar.
Em quarto lugar, também penso que é decisiva a aposta num crescimento inteligente e inclusivo.