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I SÉRIE — NÚMERO 98

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O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Dizia o Deputado Vieira da Silva ao Deputado Bruno Dias: «(…) não

conhecendo em rigor a situação da TAP, nem tendo sobre ela tutela, penso que todos devíamos reflectir sobre

o que tem acontecido no mercado das companhias aéreas. É que, Sr. Deputado, nem sempre aquela solução

que parece mais desfavorável é a mais desfavorável».

Mas o Sr. Deputado Bruno Dias, que é muito persistente nessa matéria e está muito no espírito do filme

Adeus, Lenine!, pois demora a reconhecer a realidade, acabou por fazer mais uma pergunta no sentido de

saber quais os estudos efetuados que permitem ao Governo socialista sustentar a posição da TAP, ao que o

Partido Socialista respondeu que o Governo, por decisão conjunta do Ministério das Obras Públicas,

Transportes e Comunicações e do Ministério das Finanças instituiu uma Comissão para a Reestruturação

Económica e Financeira da TAP com vista à privatização. Mas não diz qual é a percentagem da privatização.

Enfim, quando é o Partido Socialista a privatizar é «Viva a Swissair!», mas quando é o centro-direita é

«Abaixo a Azul!». Haja quem vos entenda, Srs. Deputados!

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Exatamente!

O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — E o que disse o Partido Socialista sobre a tal política de rigor a pensar

nas pessoas? É certo que o Partido Socialista pediu avaliações, mas o que dizem as avaliações? Dizem que a

empresa vale menos, vale entre 274 e 512 milhões. Repito, vale menos! E é por isso que, com as avaliações

feitas à Companhia, com a dívida e com os capitais negativos, esta solução é, de facto, a melhor.

Gostaria de dizer mais: o grande problema da TAP foi o negócio Manutenção Brasil feito no tempo de

Governo do Partido Socialista.

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Foi feito nesse tempo, mas agravado no Governo atual!

O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — O tal Governo que disse que queria governar com rigor para as

pessoas… Aliás, há uma notícia do Diário de Notícias da altura que diz que a venda não foi feita com a

autorização do Ministério das Finanças. Isto é rigor? Isto é governar com rigor para as pessoas, Srs.

Deputados?

E, mais, para os que perguntam: «Então, e a Europa?», queria dizer que já foram dados vários exemplos

do que acontece nas regras europeias em relação às ajudas de Estado às companhias. Mas o Partido

Socialista tentou!

O que disse o jornal Público em 2009? Bruxelas proibiu mais ajudas à TAP e pensa não recuar nessa

decisão.

Portanto, este caminho já foi feito. Convinha, às vezes, olhar um pouco mais para a história para

percebermos que temos um problema grave com o futuro da TAP.

Srs. Deputados, a única pista possível para a TAP é a entrada de capital privado. O que pode garantir o

presente e o futuro da TAP é a capitalização privada que foi feita pelo Governo e o que pode garantir a

manutenção do hub em Portugal como plataforma estratégica é a solução em que um comprador está numa

situação geográfica diferente da de Portugal e que potencia as rotas da TAP, que potencia a posição

estratégica de Portugal, que potencia as ligações à África e à América Latina e com isso, obviamente, pode

salvar a Companhia dotando-a de melhores condições para empregar mais e para contribuir mais para a

economia portuguesa.

A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Queira concluir, Sr. Deputado.

O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — É esse o caminho que devemos seguir e, se houvesse algum bom

senso e alguma seriedade no debate, o Partido Socialista concordaria com isso e não teria feito o discurso que

fez, o qual não defende o interesse do País, nem defende o interesse dos portugueses.

Aplausos do CDS-PP e do PSD.