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I SÉRIE — NÚMERO 98

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anos, com a mesma conversa que o Sr. Secretário de Estado agora tem para querer convencer os

portugueses de que esta é uma boa privatização.

Sr. Secretário de Estado — pasme-se! —, os portugueses já viram o resultado das privatizações, já viram

os preços da gasolina a ficar mais caros, já viram os preços da EDP, que pertence ao Estado chinês, a ficarem

mais caros, já viram os problemas da concorrência no mercado e já sabem que esta não é uma solução que

defenda o interesse do País.

Aplausos do BE.

A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Secretária de Estado do

Tesouro.

A Sr.ª Secretária de Estado do Tesouro (Isabel Castelo Branco): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados: O

Governo aprovou ontem para a transação de 61% do capital da TAP um valor mínimo de 354 milhões de

euros, dos quais, é verdade, 10 milhões representam o valor das ações. Mas, do valor global da transação,

338 milhões foi o valor que o Governo escolheu que iria ser injetado na TAP. Isto porque não há nenhuma

empresa que funcione simultaneamente com capitais próprios negativos de mais de 500 milhões de euros e

dívida superior a 1 bilião de euros.

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Não é 1 bilião, são 1000 milhões. Não diga 1 bilião porque isso induz em erro!

A Sr.ª Secretária de Estado do Tesouro: — Isto não é, pura e simplesmente, possível. É que se é

verdade que, como os Srs. Deputados dizem, a dívida tem descido, também é verdade que o capital tem

ficado mais negativo. E não há nenhuma empresa que subsista nessas condições.

Srs. Deputados, o que acontece, a determinada altura — e isso é perfeitamente visível com a performance

que a empresa tem tido nos últimos tempos, fruto de uma série de vicissitudes relacionadas quer com as

greves quer com as condições cada vez mais competitivas —, é que, se depois a empresa não conseguir

pagar uma parte da sua dívida, até os aviões que estão a sustentar o leasing podem ser perdidos e nesse

caso é toda a operação da empresa que está em causa.

Srs. Deputados, não é possível uma empresa com 500 milhões de capital negativo e mais de 1 bilião de

dívida sobreviver e o Estado injetar dinheiro não é alternativa.

Protestos do Deputado do PS Paulo Campos.

A história já nos mostrou por várias vezes, nomeadamente pelo exemplo dos Estaleiros Navais de Viana do

Castelo, quais as consequências muito mais negativas que daí podem advir.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Não quer esclarecer isso do 1 bilião, Sr.ª Secretária de Estado? É que em

Portugal não se diz 1 bilião!

A Sr. ª Presidente (Teresa Caeiro): — Ainda para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Rui

Paulo Figueiredo.

O Sr. Rui Paulo Figueiredo (PS): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados: A verdade é que o privado se propõe

fazer aquilo que o Estado devia fazer e não quer. O privado vai fazer mais-valias que o Estado podia fazer, vai

colocar a Companhia em bolsa. Ora, isso não defende o interesse público, não está alinhado com os

interesses estratégicos nacionais. Daí a posição do Partido Socialista, que é muito clara.

Sr. Deputado Nuno Magalhães, reconheço a sua capacidade para fazer melhor do que aquilo que fez há

pouco. Se eu não reconhecesse que sabe do que está a falar mas que está deliberadamente a distorcer a

verdade, aconselhava-o a ir estudar os exemplos que deu e que não têm nada a ver com a situação da TAP e